Desde setembro, a Polícia Civil investiga a morte de duas crianças que foram esquartejadas em Novo Hamburgo. O mistério foi desvendado em um templo de uma seita da região Metropolitana de Porto Alegre. O líder do local e dois seguidores foram presos na semana passada suspeitos de terem assassinado as vítimas em um ritual. Outros três suspeitos são procurados. A investigação – da 2ª Delegacia de Polícia e da Delegacia de Homicídios do município – está sob sigilo, por isso a Polícia Civil não repassou detalhes da prisão, como os nomes dos detidos ou o local do templo. Segundo o delegado da regional do Vale do Sinos Rosalino Seara, havia pelo menos duas grandes linhas de investigação, uma sobre tráfico de pessoas e outra sobre ritual macabro. Em relação à última, foram encontrados vários indícios e a polícia ainda conseguiu confirmar a existência do templo.
Após mandados judiciais, os suspeitos foram presos em um casa localizada dentro de um sítio. Em depoimento à Polícia, o líder se disse mestre e bruxo. Além de rituais, ele realizava conferências sobre o assunto. Apesar de ter negado a realização de sacrifícios, os seus seguidores acreditavam que poderiam atrair prosperidade.
A apuração do caso continua e, na terça-feira, agentes fizeram buscas no bairro de Lomba Grande – onde os corpos foram encontrados – para tentar localizar as cabeças das vítimas. Em setembro, apenas os troncos e membros foram localizados às margens da Estrada Porto das Tranqueiras. As crianças ainda não foram identificadas.
Exames de DNA confirmaram que se tratam de um casal de irmãos – apenas por parte de mãe: um menino, entre oito e 10 anos, e uma menina, entre 10 e 12. Uma das crianças estava alcoolizada.
Foto:Polícia Civil / Divulgação