Ao menos quatro outdoors instalados nas cidades de Sapiranga, Araricá e Campo Bom foram alvos dos respectivos Cartórios Eleitorais e dos juízes eleitorais no eixo do Vale do Sinos.
Os painéis, que foram instalados em Campo Bom, na descida da Av. Brasil (sentido Novo Hamburgo/Centro) e no trecho campo-bonense da RS-239 (próximo da Madevigas/posto Quatro Colônias) apresentavam mensagens de apoio ao presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Em Sapiranga, um outdoor também foi instalado no bairro Centenário.
Em Araricá, o painel de um lado mostrava a bandeira do Brasil e as seguintes expressões: “vida, bandido preso, povo armado, valores cristãos, liberdade, agro forte, menos impostos, a favor da polícia, ordem e progresso”. No outro lado, com uma imagem de uma foice e um martelo, símbolo do comunismo, e as expressões: “aborto, bandido solto, povo desarmado, ideologia de gênero, censura, MST forte, mais impostos, a favor do PCC e narcotráfico”.
Em despacho, na terça-feira (13), o juiz eleitoral da 105ª Zona Eleitoral, Maurício da Rosa Ávila, determinou a intimação dos responsáveis e a retirada, em 24 horas, dos outdoors e classificou as estruturas como meio inidôneo (que não são adequadas) de propaganda eleitoral. “Ainda, no mesmo prazo, deverá haver comprovação nos autos acerca da retirada”, estabeleceu o juiz eleitoral Maurício da Rosa Ávila.
Um terceiro outdoor, este na descida da Av. Brasil e instalado em um terreno particular, mas com uma fotografia do presidente Bolsonaro, também foi determinado a retirada pelo mesmo juiz.
O jornal Repercussão conversou com a organização que instalou as placas. “Fiz os outdoors e muitas pessoas contribuíram para mostrar a diferença de projeto do bem e do mal. Tentei mostrar que teríamos dois caminhos. Mas o juiz entendeu que a palavra “aborto” associa contra a campanha do ex-presidente Lula. Na realidade, o ex-presidente usou a palavra aborto numa palestra onde é a favor desta prática. Não acho que deveria ser tirado os outdoors, porque deixei muito claro que o cidadão deveria fazer uma escolha e votar certo”, citou Adelar Fleck, organizador, lembrando que recebeu duas notificações e cumpriu as determinações. “Mas, o projeto do bem vai vencer”, ponderou.