Os efeitos atuais de calor extremo não podem ser inteiramente atribuídos ao El Niño, já que as temperaturas recordes são percebidas não somente nos trópicos.
O mundo está testemunhando mudanças climáticas sem precedentes, com julho de 2023 caminhando para se tornar potencialmente o mês mais quente já registrado em séculos, ou até mesmo milênios, de acordo com o climatologista-chefe da Nasa, Gavin Schmidt. Em uma coletiva de imprensa realizada em Washington no dia 20 de julho, ele destacou que a tendência de calor extremo é clara e preocupante, com a possibilidade de relatórios mensais mais detalhados reforçarem essas estimativas.
Dados provenientes de ferramentas de medição da União Europeia (UE) e da Universidade do Maine, nos Estados Unidos, têm apontado para recordes diários de calor nas últimas semanas. Essas ferramentas combinam informações coletadas por satélites, aviões, drones e navios, o que possibilita gerar estimativas preliminares sobre as temperaturas globais.
O climatologista ressaltou que o fenômeno climático El Niño, conhecido por influenciar as condições climáticas em diversas regiões do planeta, está apenas no começo. Contudo, os efeitos atuais de calor extremo não podem ser inteiramente atribuídos a ele, já que as temperaturas recordes são percebidas não somente nos trópicos, mas também em outras áreas, especialmente nos oceanos, onde têm sido registradas elevações significativas há meses.
Uma preocupação adicional apontada pelo especialista é a contínua liberação de gases de efeito estufa na atmosfera. O aumento desses gases, como o dióxido de carbono, contribui para o aquecimento global, intensificando o efeito estufa e amplificando as mudanças climáticas.
Em relação ao ano de 2024, a Nasa prevê temperaturas ainda mais elevadas, pois o fenômeno climático El Niño, que está em seus estágios iniciais, deverá atingir seu pico no final de 2023 e se estender até o próximo ano.
Os impactos das mudanças climáticas têm sido sentidos em todo o mundo, com ondas de calor quebrando recordes nos Estados Unidos, Europa, China e outras regiões. Esses eventos extremos podem ter consequências significativas para o meio ambiente, a agricultura, a saúde humana e a biodiversidade.