Documentos encontrados no gabinete da juíza provam que ela estava insatisfeita com a sua segurança e pedia por mais policiais.
Da Redação [email protected](Siga no Twitter)
Documentos apresentados pelo advogado da família provaram que a juíza Patrícia Acioli (foto), assassinada com 21 tiros em Niterói, no Rio de Janeiro, pediu por escrito reforço em sua segurança. Ela reclamava da falta de proteção policial, por causa das ameaças de morte que recebia e enviou ofícios ao Tribunal de Justiça do estado – TJ-RJ.
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Os documentos apresentado estavam no gabinete da juíza, em São Gonçalo, também na Região Metropolitana, e serão entregues nesta quarta-feira, 17, ao presidente do TJ-RJ. Em um deles, datado de 13 de fevereiro de 2007, Patrícia se dirige ao diretor de segurança do Tribunal.
Ela diz que não pode receber um novo policial designado para a escolta da família, porque os filhos já estão acostumados aos atuais integrantes, depois de um processo de adaptação. Patrícia, ainda, pede a volta de um ex-integrante da equipe de escolta e fala que contava apenas com três policiais militares na época.
Já na última sexta-feira, 12, o presidente do Tribunal de Justiça disse que a escolta foi retirada porque Patrícia Acioli não achou necessário mantê-la.
“Quando chegou em 2007, o Tribunal de Justiça nas avaliações que faz a respeito chegou a conclusão de que não havia necessidade de ela continuar com a segurança intensa como ela vinha tendo até então. E propôs reduzir o número de policiais que iriam trabalhar na segurança dela. Ela então achou que aquilo ali não era necessário”, afirmou o desembargador Manoel Alberto Rebelo.
Cinco meses depois, a juíza de Niterói fala sobre uma visita do major Silvio Guerra, responsável pela segurança do TJ-RJ. Segundo a magistrada, o major disse a ela que o presidente do Tribunal havia determinado a retirada de um policial de sua escolta, que seria reduzida a um PM por dia. Este policial teria que se transportar por meios próprios ou no carro da juíza.
Em defesa, o desembargador Murta Ribeiro, que era presidente do Tribunal de Justiça em 2007, quando a proteção à juíza foi retirada, afirmou por telefone que a decisão de reduzir a escolta foi normal, porque quando um juiz recebe uma ameaça e ela não se concretiza, a segurança é desmobilizada para atender outro juiz.
Com informações de G1
FOTO: Reprodução