Diplomata líbio argumentou que Andrei Netto foi detido “por falta de documentos”, e deve ser libertado ainda nesta quinta-feira.
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O jornalista gaúcho Andrei Netto, 34 anos, do jornal O Estado de S. Paulo, pode ser libertado a qualquer momento, conforme o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi.
A informação foi passada ao presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT), nesta quinta-feira, dia 10. Paim e Ezubedi conversaram por telefone.
Netto (foto), natural de Ijuí e correspondente do Estado em Paris, estava desaparecido na Líbia. A direção do jornal informou na quarta-feira, dia 09, que perdeu o contato com o repórter que fazia a cobertura na área de Zawiya – uma das regiões onde os conflitos são mais intensos.
O embaixador do Brasil na Líbia, George Ney de Souza Fernandes, informou à direção do jornal que o jornalista está preso em uma penitenciária a 20 quilômetros da capital líbia, Trípoli.
O Estado de S.Paulo havia perdido todo contato direto com Netto. Até domingo, 06, o jornal recebia informações indiretas de que seu repórter estava bem, escondido na região de Zawiya. A comunicação direta com a redação – por meio de telefonemas e e-mails – havia sido propositadamente cortada por segurança, afirmavam fontes líbias.
A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quinta-feira, 10, moção exigindo a libertação imediata de Netto. “O embaixador me disse que as autoridades líbias estão adotando todos os procedimentos para que o jornalista seja libertado de imediato, se possível ainda hoje”, disse Paim. O senador acrescentou que o diplomata líbio argumentou que Netto foi detido “por falta de documentos”.
Para o senador, dificilmente o governo líbio apresentará justificativas que sustentem a prisão de Netto no país. “Argumento algum convence a comissão”, disse Paim. Outra moção aprovada foi de apoio ao jornal e à família do repórter.
Prisão e tortura
Outro caso envolvendo jornalistas ocorreu com empregados da rede britânica de notícias BBC. Segundo a empresa, três jornalistas foram presos e torturados por forças leais ao presidente da Líbia, Muammar Khadafi, quando tentavam entrar em Zawiya.
Segundo a BBC, os três profissionais foram encapuzados, algemados e agredidos por integrantes do Exército líbio e da polícia secreta. Os profissionais também foram ameaçados de morte e submetidos a torturas que os faziam crer que seriam executados.
No começo do mês passado, os jornalistas Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Alves, da TV Brasil, foram presos, tiveram os olhos vendados e os equipamentos e documentos apreendidos no Egito, enquanto estavam no país para cobrir a crise causada pela pressão para a saída do então presidente Hosni Mubarak. Os profissionais foram libertados e enviados de volta para o Brasil.
Informações de Agência Brasil
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