Moradores, militares e voluntários das províncias afetadas mais severamente interromperam seus afazeres para ficar em silêncio.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Japão parou às 14h46min (2h46min de Brasília) desta quarta-feira, dia 11, para lembrar os dois meses da tragédia natural que atingiu o país no dia 11 de março – um grande terremoto seguido por um violento tsunami, que levaram a uma crise nuclear.
Enquanto prosseguem os esforços para retirar os escombros e levantar casas temporárias para cerca de 117.000 pessoas que permanecem em abrigos, os japoneses realizaram cerimônias em memória dos que perderam a vida no desastre.
Os moradores, militares e voluntários das províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima – as afetadas mais severamente – interromperam seus afazeres diários e trabalhos de reconstrução para fazer um minuto de silêncio à mesma hora em que o tsunami atingiu os locais, poucos minutos após o tremor.
Há dois meses, a essa mesma hora, um terremoto de nove graus na escala Richter e o posterior tsunami, com ondas de até 30 metros, arrasaram povoados inteiros sem que um grande número de pessoas tivesse tempo para reagir. De acordo com o último boletim divulgado, 14.949 pessoas morreram e outras 9.880 estão desaparecidas.
Imperador visita refugiados
Também para marcar a trágica data, o imperador do Japão visitou pela primeira vez a província de Fukushima para um encontro com refugiados. Akihito, chefe de estado e símbolo da unidade do povo japonês, viajou ao lado da mulher, a imperatriz Michiko, para visitar um centro de refugiados localizado a 60 quilômetros da central número 1.
O casal tentou reconfortar os moradores que foram obrigados a abandonar as casas que ficavam próximas aos reatores, em conseqüência de vazamentos radioativos. Ahikito e Michiko já haviam visitado outras regiões afetadas pelo terremoto e tsunami, mas esta é a primeira vez que encontram vítimas diretas do pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl, que provocou a retirada de 85.000 pessoas dos arredores da central.
INDENIZAÇÃO – Os moradores de Fukushima permanecem inquietos devido à continuidade dos vazamentos radioativos da central, apesar de estar em quantidades bem menores do que as registradas em março. Uma área de segurança de 20 quilômetros ao redor da instalação nuclear foi estabelecida.
A operadora da central, a Tokyo Electric Power – Tepco, se comprometeu antecipar a indenização de 1 milhão de ienes (R$ 19.700) por cada residência abandonada. O valor final do ressarcimento, porém, deve ser maior.
Informações de Veja
FOTOS: reprodução / Reuters