“Iron & wine” é o nome com que se auto-intitulou este “one man show”, chamado Sam Bean, um estudante de cinema da universidade da Florida que costumava escrever canções nas horas vagas. Tendo sido publicado em uma revista que circulava em Seattle, Mr. bean acabou caindo nas mãos do dono de nada mais nada menos do que a gravadora fetiche SUBPOP, e assim se deu a guinada de um dos músicos mais interessantes que tenho ouvido nos últimos tempos.
Para mim uma das melhores coisas que aconteceu na área do folk-rock nos últimos tempos, desde Simon & Garfunkel. Parece exagero? Óbvio! Mas não sou eu o primeiro a dizer tal coisa (descobri na internet hoje).
Eu não sei bem o que acontece. O nome logo me despertou interesse. “Iron & wine” parece de cara o nome de algo meio cult. Iron (as cordas de aço de uma guitarra) & wine (uma boa garrafa de vinho) podem parecer uma boa companhia para uma tarde chuvosa, com os amigos, sem nada para fazer… (Ok, agora, quando escrevo são 1:00 da madrugada e é whisky o que bebo, mas qual o problema?).
O primeiro disco de “Iron & Wine”, intitulado “The Creek Drank the Cradle”, foi composto, gravado em todos os instrumentos e produzido em casa pelo próprio Sam Bean. Dizem por aí que só se pode sentir o “verdadeiro” espírito deste disco ouvindo o vinil, onde as tosqueiras da gravação “caseira” afloram com todas as nuances. Como é muito provável que nunca vamos conseguir realizar tal façanha, vamos pular direto para “The Shepherds Dog”, seu CD de 2007.
Obra prima! “The Shepherds Dog” é obra prima! Não dá para reclamar de nenhuma faixa desse disco! Não parece copiado de ninguém! Não dá para dizer que nenhuma faixa é menos interessante do que outra!
Tudo é planejado: as melodias não são triviais, os instrumentos são cuidadosamente sobrepostos, mas o resultado é um apanhado de canções de caráter folk-acústicos, que te faz ficar pensando: Como ninguém fez isso ainda?
Ficou curioso sobre as influências de “Iron & Wine”? Taí: Belle & Sebastian, Neil Young, Simon & Garfunkel, J. J. Cale, Led Zeppelin (naquelas baladinhas country-folk que o Led gravou) e Creedence e Cat Stevens. Mas acho que o diferencial é que tudo isso está mesclado com suavidade…
VALE A PENA CONFERIR:
•“Naked as we came” no You Tube –
http://br.youtube.com/watch?v=Nd-A-iiPoLg
•Excelente vídeo de “Boy with a coin”
http://br.youtube.com/watch?v=TLNyVLbqdEg
•“Flightless bird” – Grande som! Só no gogó e violão:
http://br.youtube.com/watch?v=OYUFcxBq1y4
•Você sabe o que é “cult”? (Wikipédia):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cult
•Visite o site da Subpop records:
http://www.subpop.com/
Pick of the week
Wilco – “Impossible germany”
Encontrei diversas referências ao Wilco em todas as principais listas que consultei sobre as melhores músicas de 2007. Nunca tinha ouvido nenhum som dele, e dia desses vasculhei a internet para ver se encontrava alguma coisa. O primeiro som que veio foi “Impossible Germany”.
Nos primeiros 2 minutos nenhuma surpresa… Cançãozinha tola que fala alguma coisa sobre “Germany” e “Japan”, sei lá! Nada que mereça comentários. E então, chegamos até a metade do sonzinho, que vem numa balada levinha, que não chega a ser o máximo, mas também não incomoda (o que já é bem raro hoje em dia). Sabe aquele sonzinho cara limpa para tocar em rádio FM do gênero “adulto contemporâneo”? : )
É nesse momento que aparece uma guitarra super sonora, daquelas que preenche tudo! Daí para a frente, tudo muda! Sabe aquela guitarra do Mark Knopfler que o “Dire Straits” não tem mais? Ou aquela que não se ouve por aí desde que o George Harrison morreu? Lembra de “Marequee Moon” do Television? Tá tudo aí! Loucura! Foi então que fissurei… Logo em seguida ouvi “Impossible Germany” mais uma 10 vezes seguidas!!! : )
• Wilco – “Impossible Germany” – http://www.youtube.com/watch?v=97IT0-EDTtw
•Television – “Marquee Moon” – http://www.youtube.com/watch?v=jwvTcU2WG3I