A transferência do atendimento público a doentes com câncer, oriundos de Novo Hamburgo, para o Hospital Bom Jesus de Taquara foi assunto da reunião realizada na manhã desta segunda-feira, 2, no Plenarinho da Câmara Municipal. Organizado pela Comissão Especial de Acompanhamento da Referência Oncológica do SUS, o encontro teve como objetivo principal ouvir os esclarecimentos trazidos pela diretora-executiva do Hospital Regina, Gisele Albaneo, e do advogado da congregação, Fábio Kinsel, sobre os motivos que levaram à não renovação do contrato e como se deram as negociações com o Executivo e a transferência dos pacientes.
A diretora-executiva iniciou seu discurso reforçando a luta do Hospital Regina pela permanência do atendimento. “Desde 2014, estamos em negociação com o Executivo. Trabalhamos por anos com um volume muito maior do que está estipulado em contrato e é o próprio Município que sinaliza à instituição quantos atendimentos podemos realizar por mês. Temos 184 autorizações de internações hospitalares, mas internamos muito mais que isso. Dizer que o Regina fecha as portas não é verdade. Existe um recurso, um teto físico e financeiro. Mesmo assim não medimos esforços, mas chega um momento que não dá mais para suportar”, apontou Gisele. Segundo ela, o Regina produziu, em 2021, uma média de 215 internações por mês. Ela explicou que 908 pacientes estavam em tratamento no ano passado nos cinco municípios – Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha, Dois Irmãos e Ivoti. “Tratamento não é acompanhamento. São 908 pacientes fazendo quimioterapia, hormonioterapia e cirurgias. Ao todo, o serviço acompanha 3.500 pacientes pelo tempo médio de cinco anos”, disse.
Gisele afirmou ao DuduNews que o Regina está aberto ao diálogo para fazer um novo contrato. “Nos foi questionado sobre essa questão. A Instituição está aberta ao diálogo para retomar o atendimento. Mas precisamos se isso é interesse do município, estado e União, e qual a necessidade do atendimento. E também a segurança do atendimento da demanda reprimida – com uma viabilidade financeira, e contratual”, disse Gisele.
A médica Daniela Lessa também falou. E foi muito elogiada. A oncologista clínica Daniela Lessa atende no Regina desde 2001, quando, segundo ela, era realizado somente um serviço isolado de quimioterapia. Atualmente, é bem diferente, conforme explicou. “A internação, todas as tomografias, as cirurgias, exames complementares, mastologia, cirurgias torácica, abdominal, cabeça e pescoço, ginecológica. Tudo isso compõe, hoje, a oncologia. O paciente complica, vai na emergência, interna, vai para a UTI etc. Quando atendemos o paciente oncológico, apenas se inicia a sua trajetória de tratamento. Depois segue o fluxo com todas as complexidades que tem”, falou. Daniela afirmou que o Regina recebe R$ 10,00 pela primeira consulta, isso sem a retirada dos impostos.
REDECKER
Hoje, o deputado Federal Lucas Redecker teve reunião com a Liga Feminina de Combate ao Câncer. O Deputado escutou todas as questões em relação a situação da oncologia em Novo Hamburgo. A partir disso, Redecker irá marcar uma reunião com o Governador do Estado Ranolfo Vieira Júnior, com o objetivo de buscar alternativas para a retomada dos serviços oncológicos no município.

