Deputado que se diz contra gays criticou material do Ministério da Educação produzido para combater preconceito nas escolas.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a provocar polêmica envolvendo homofobia nesta quarta-feira, dia 29.
Dessa vez, ele participou de bate-boca na Comissão de Direitos Humanos ao criticar mais uma vez o que batizou de “kit gay”, material produzido pelo Ministério da Educação para combate ao preconceito nas escolas.
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Ao indagar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que era ouvido em audiência pública na comissão, sobre o material do MEC, Bolsonaro atacou indiretamente o colega Jean Willys (PSOL-RJ), parlamentar que é professor, que se declara homossexual e que estava presente à sessão.
Disse o deputado: “Este é o ambiente propício para colocar isso… Uma pessoa já disse aqui que as melhores professoras que teve foram as prostitutas… Tem professor que é gay. Será que é bom também?”. O parlamentar foi imediatamente advertido pela presidente da comissão, a gaúcha Manuela D´Ávila (PCdoB).
Manuela foi incisiva. “Não aceitarei provocação na comissão. O senhor se faz de ingênuo”, argumenta a comunista, afirmando que Bolsonaro atacava o deputado do PSOL. “Me senti profundamente ofendido”, reclama Willys (foto). Para se defender, Jair Bolsonaro voltou a dizer que quem sofria era ele. “Estou sendo vítima de preconceito contra heterossexual.”
O ministro Cardozo contrariou Bolsonaro e defendeu o material do MEC sobre homobofia, avaliando que a escola é o local ideal para se aprender a respeitar as pessoas. “Seres humanos devem ser tratados como seres humanos. As pessoas têm o direito de ser o que quiserem. Podemos até discordar, mas não sair por aí manifestando posições odiosas, de ódio mortífero. O material é educativo. É preciso aprender a respeitar os outros.”
Informações de O Globo
FOTO: divulgação / Agência Câmara