Líderes das 20 principais economias do planeta estiveram reunidos na Coréia do Sul, mas não decidiram que postura devem assumir em relação ao tema.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A reunião de cúpula do G20 (grupo das 20 principais economias do planeta) terminou nesta sexta-feira, dia 12, em Seul, Coréia do Sul, sem conseguir dissipar completamente as disputas sobre desequilíbrios cambiais que vinham dominando as discussões entre países membros nas últimas semanas.
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O acordo apresentado pelos líderes ao final do encontro de dois dias reconhece as disputas e pede que os países se abstenham de promover as chamadas “desvalorizações competitivas” (perda do valor da moeda para favorecer os produtos de exportação do país).
Também reconhece o direito dos países emergentes, como o Brasil, de adotar políticas emergenciais para mitigar os efeitos de desvalorizações nas moedas dos demais países e sugere a adoção do câmbio flutuante como melhor sistema.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou Seul imediatamente após o final da reunião e não deu declarações, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se disse satisfeito com o acordo, apesar de reconhecer que ele não acaba com a chamada “guerra cambial”.
“Absolutamente não acabou a ‘guerra cambial’, mas pelo menos ela passou a ser discutida, coisa que não era, e com isso poderemos usar instrumentos para mitigar seus efeitos”, afirmou Mantega, primeiro nome de peso internacional a usar o termo “guerra cambial” para se referir às disputas, em setembro.
Propostas não contempladas
Apesar do elogio do ministro ao texto final da cúpula, não chegaram a ser discutidas propostas anunciadas pelo governo brasileiro nos últimos dias, como o abandono do dólar como moeda de referência para as transações internacionais ou a criação de um índice do Fundo Monetário Internacional – FMI para medir possíveis manipulações para desvalorizações cambiais.
O acordo também não contemplou a proposta que havia sido feita pelos Estados Unidos, de que a questão fosse discutida pelo lado de seus efeitos no comércio – o governo americano queria o estabelecimento de limites para os superávits e déficits comerciais dos países. A proposta americana tinha grande oposição da China e da Alemanha, os dois maiores exportadores do mundo e países com grandes superávits.
Num dos poucos avanços nesse ponto, apesar da resistência chinesa, o acordo estabeleceu um prazo até o final do próximo semestre para que os países indiquem suas medidas para buscar a redução dos desequilíbrios entre superávits e déficits.
DOHA- Apesar do fracasso na questão cambial, houve mostras de consenso na cúpula sobre uma possível conclusão da rodada Doha para a liberalização do comércio internacional, paralisada desde 2008. Os líderes concordaram com a existência de uma “janela de oportunidade” para um acordo global na Organização Mundial do Comércio – OMC em 2011.
Segundo fontes que acompanharam os debates, vários líderes discursaram com entusiasmo a favor de um acordo, que segundo eles poderia ajudar na superação da crise global por meio do aumento do comércio internacional.
Informações de portal Terra
FOTO: reprodução / Reuters