Metroviários reivindicam reajuste salarial e fim da terceirização e questionam inauguração de novas estações, uma delas em Novo Hamburgo, sem contratar mais trabalhadores.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Devido à paralisação do trensurb nesta segunda-feira, dia 21, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transporte Metroviários e Conexas do Rio Grande do Sul – Sindimetrô-RS receberá multa de R$ 70 mil por cada horário de pico (das 05h30min às 08h30min e das 17h30min às 20h30min) que os trens ficarem parados.
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Quem confirma a informação é a procuradora regional do Trabalho, Beatriz Junqueira Fialho. Segundo ela, os metroviários descumpriram a decisão judicial que determinou o funcionamento dos trens nestes horários. “Embora os dirigentes do sindicato não tenham sido localizados pelos oficiais de Justiça para serem notificados quanto à punição, em nada impede a aplicação das multas”, observou.
A expectativa é de que a greve se encerre à meia-noite. A decisão pela paralisação ocorreu para cobrar a concessão de aumento salarial de 21%, referente a perdas da inflação dos últimos nove anos, entre outras demandas. A categoria exige também o fim da terceirização de serviços, que causa dificuldade aos metroviários no exercício do trabalho e contribui para a má qualidade do serviço, segundo o presidente do Sindimetrô-RS, Luis Henrique Chagas.
NOVAS ESTAÇÕES – Os funcionários ainda questionam a intenção da Trensurb, que deseja inaugurar outras duas estações, uma em São Leopoldo e outra em Novo Hamburgo, com o mesmo número de trabalhadores. Eles querem ao menos 150 novas pessoas para que isso ocorra.
As novas estações, Rio dos Sinos e Santo Afonso, seriam inauguradas com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT) nesta segunda-feira. A cerimônia foi cancelada devido à ameaça de greve, que vinha sendo anunciada na semana passada. O início das operações está marcado para esta terça-feira, 22, às 08h30min, mas sem solenidade.
Transtornos
Mesmo que a população de Novo Hamburgo não esteja habituada a usar o trensurb na própria cidade, os hamburguenses também tiveram suas rotinas alteradas nesta segunda. Exemplo disso é Aline Torres (foto ao lado), 22 anos, que trabalha em Porto Alegre e pega o trem diariamente em São Leopoldo.
Já sabendo da possibilidade de greve, Aline dormiu na casa do namorado neste domingo, 20, na capital. Para voltar para casa no fim do dia, não sabia o que ia fazer quando conversou com o Portal novohamburgo.org na tarde desta segunda. “Acho uma pena a população ser penalizada com isso”, lamenta.
A Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – Metroplan adotou esquema de reforço nos ônibus, que inclui o aumento do número de coletivos e a flexibilização de normas para atender à demanda dos passageiros. A ação, no entanto, é insuficiente para absorver o grande número de usuários do trem em horário de pico.
Na manhã desta segunda, a BR-116 registrava um longo trecho de lentidão e congestionamento entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre. A avenida Castelo Branco, principal via de acesso por terra à capital, também apresentava movimento acentuado.
Com informações de Correio do Povo e Zero Hora
FOTOS:
Luciane Kohlmann / RBS TV
reprodução / arquivo pessoal
Ronaldo Bernardi / Agência RBS