Empresa promete normalizar situação rapidamente. Categoria cobra a reposição da inflação e aumento linear de R$ 400.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Nesta quarta-feira, dia 14, os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT entraram em greve em todo país. A direção da empresa afirma em nota que trabalha para “normalizar a situação o mais rápido possível”.
“A ECT trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível e está adotando uma série de medidas que garantem o atendimento à população brasileira: contratação de recursos, realocação de pessoal, realização de horas-extras e trabalho nos finais de semana”, diz a nota.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares – Fentect cobra a reposição da inflação (6,87%), mais R$ 400 de aumento linear, entre outros benefícios sociais. A categoria rejeitou contraproposta oferecida pela ECT, que previa a reposição da inflação, abono salarial de R$ 800, reajuste linear de R$ 50 a partir de junho, vale-alimentação de R$ 25 e vale cesta de R$ 140.
Em nota, a ECT diz ter oferecido “todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012” e, mesmo assim, a categoria deu início à paralisação.
Na terça-feira, 13, diante da ameaça de greve, a empresa alegou aos trabalhadores que a medida não era amparada legalmente, já que as negociações não teriam sido frustradas. A Fentect replicou que “a negociação restou, sim, frustrada, tendo em vista que, apesar das inúmeras tentativas para fechamento do acordo, a postura da ECT sempre foi de rejeição às propostas apresentadas pelos trabalhadores, não nos restando outra alternativa senão a deflagração da greve”, diz o documento enviado à empresa, que acrescenta que a categoria “continuará aberta à negociação”.
No Rio Grande do Sul, adesão é de
80% e funcionários bloqueiam sede
O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul – Sintect estima que 80% dos servidores gaúchos aderiram à greve nacional.
Um grupo de cerca de 50 pessoas chegou a interromper uma das faixas da avenida Sertório, em Porto Alegre, onde fica uma das sedes da empresa. Os caminhões com correspondências e vans que transportam Sedex foram impedidos de entrar no local.
O secretário-geral do Sintect Vicente Guindani afirmou que os manifestantes continuarão impedindo o serviço até que a presidente Dilma Rousseff (PT) revogue a Medida Provisória 532 e atenda às reivindicações dos servidores. “A categoria está em greve nacional contra uma situação de esgotamento físico e psicológico. Hoje os trabalhadores têm um déficit de 30 mil vagas no Brasil e ganham um piso de R$ 800”, argumenta.
“Certamente vai ter atraso em correspondências. Mas é um transtorno necessário. A população já vem sofrendo atrasos, com reclamações recorrentes, já que não foram realizados concursos públicos e temos um déficit de 30 mil vagas”, alega Guindani.
Correios orientam sobre o que fazer
se correspondência não for entregue
A assessoria dos Correios informou que, como a paralisação é por tempo indeterminado, é possível que a entrega de correspondências não ocorra no prazo estipulado.
Apesar de não ter um balanço de quantas correspondências deixaram de circular com a paralisação dos funcionários, os Correios orientam a população em caso de atraso na entrega de boletos de lojas ou bancos. Caso isso ocorra, as pessoas devem “entrar em contato com as empresas com as quais têm relacionamento e buscar outras formas de acesso aos boletos”. Isso pode ser feito com a impressão de outra via ou acesso aos números de código de barras para pagamento pela Internet.
No caso de atraso na entrega de produtos (via Sedex, por exemplo), “os clientes devem entrar em contato com a Central de Atendimento dos Correios através dos telefones 0800 725 0100, ou acessar o site www.correios.com.br — no link Fale com os Correios — onde poderão informar a situação ocorrida para que a ECT tome as providências em cada caso”.
Informações de portal Terra e Correio do Povo
FOTO: Marcello Casal Jr / Agência Brasil