As futuras mamães devem ter consciência de que a gestação é uma fase onde ocorrem várias alterações hormonais que modificam seu corpo e com a boca não é diferente e os cuidados bucais devem estar incluídos nos preparativos das mamães.
Dentro de pouco tempo, apesar das chuvas e trovoadas a que estamos sujeitos nos últimos dias, estará iniciando a mais bonita e agradável das estações do ano: a primavera. As ruas e avenidas de nossa cidade já estão maravilhosamente decoradas de ipês roxos e amarelos. É esta a estação do desabrochar, do florescer. Coincidência ou não, tenho observado ao caminhar pela rua, uma grande quantidade de mulheres grávidas, se aprontando para dar à luz novas vidas.
Sem me dar conta, como a minha área profissional é a odontologia, fico me perguntando se nos preparativos dessa futura mamãe foi incluído o cuidado com a sua saúde bucal. Será?
Quando uma mulher está planejando engravidar o ideal seria consultar o dentista para fazer uma revisão. As pacientes que geralmente fazem consultas de manutenção, provavelmente necessitarão apenas atendimento de rotina. Já aquelas, que há tempos não procuram seu dentista, precisarão resolver quaisquer necessidades, preferencialmente antes de engravidar.
Num trabalho conjunto com o obstetra, a gestante precisa ser informada que nessa fase acontecem várias alterações hormonais que modificam seu corpo, preparando-o para gerar um bebê.
Na boca não é diferente, há maior chance de surgirem problemas periodontais por uma série de fatores, entre eles as mudanças hormonais do período, as modificações no metabolismo e, principalmente, as alterações nos hábitos de higiene provocados por enjôos e indisposições. Os enjôos presentes durante a gravidez muitas vezes levam a mulher a se descuidar da correta higiene bucal porque ela acaba ficando sem ânimo e disposição em função do mal-estar .
As doenças periodontais – constituídas, basicamente, por inflamação nas gengivas e complicações ósseas em torno dos dentes – podem surgir durante a gravidez e tornar-se ainda, um fator de aumento de risco para o surgimento do diabetes gestacional. . Embora em muitos casos o diabetes reverta após o parto, essa condição pode levar ao parto prematuro, a complicações para o bebê e, além de tudo, à maior probabilidade de que a mulher venha a apresentar diabetes tipo 2 mais tarde.
A gengivite – estágio inicial da doença periodontal – que aparece na gravidez é chamada de gengivite gravídica. Como acontece com qualquer outro paciente, se não for tratada ela evolui gradativamente, podendo chegar à mobilidade dos dentes e perda óssea.
Mas, mesmo durante a gestação a gengivite pode e deve ser tratada. Portanto, as mulheres que queiram engravidar, deveriam fazer um exame dentário antes da concepção para verificar e eliminar eventuais problemas. Se isso não acontecer ou se a gengivite surgir após o início da gestação, o tratamento é mais apropriado no período intermediário, evitando-se preferencialmente os primeiros e os últimos três meses. A anestesia também é diferenciada e sua dosagem, controlada.
Dra. Natália Fernandes Fischer Cirurgiã- Dentista CRO/RS: 14683 – Pós – Graduada em Dentística (Estética)