Segundo o ministro das Relações Exteriores uruguaio, a entrada da Venezuela foi tomada pela intervenção decisiva da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, secundada pela da Argentina, Cristina Kirchner.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O governo do Uruguai afirmou nesta segunda-feira, dia 02, que seu país não esteve de acordo com a forma como foi decidida a entrada da Venezuela no Mercosul na cúpula realizada em Mendoza, na Argentina, e que não “foi dada a última palavra” sobre esse processo, que será revisado judicialmente.
“Nada é definitivo, e se todo mundo tivesse tido certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira em Mendoza. Por alguma razão os países definiram o prazo até 31 de julho”, afirmou o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Luis Almagro.
Almagro revelou também que a entrada da Venezuela, concretizada após a suspensão do Paraguai, foi tomada pela intervenção decisiva da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, secundada pela da Argentina, Cristina Kirchner, na reunião de chefes de governo.
A decisão de apresentar o ingresso da Venezuela começou com “um pedido da presidente Dilma Rousseff e dessa reunião saiu o acordo. A iniciativa foi mais do Brasil, e o posicionamento brasileiro foi decisivo nessa história”, disse Almagro.
Ele evidenciou o descontentamento de Montevidéu perante a gestão da situação por seus dois grandes vizinhos, Brasil e Argentina, que formavam o bloco com o Paraguai até a sexta-feira, dia 29, quando se decidiu pela entrada da Venezuela.
O ministro detalhou também que se retirou da sala quando foi lida a declaração final, e que Mujica se sentou na segunda fila, cedendo seu lugar ao embaixador uruguaio na Argentina, Guillermo Pomi.
Após lembrar que o governo de Mujica sempre esteve a favor de incorporar a Venezuela por sua “visão estratégica” de somar mais países ao bloco, Almagro disse, no entanto, que o Uruguai tem que “atuar de acordo com o mais pleno respeito ao Tratado de Assunção”, que representou a fundação do Mercosul, em 1991.
Informações de Folha de São Paulo
FOTO: Leo La Valle / Efe