Pesquisa concluiu que mecanismos de regulação e fiscalização são frágeis e insuficientes em praticamente todo o mundo.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Brigitta Maria Jacoba Slot, consultora do Banco Mundial – Bird e uma das autoras primeiro estudo a avaliar mundialmente o envolvimento do crime com o futebol, garante que países emergentes como Brasil, Rússia e China estão na mira de quadrilhas internacionais que precisam legalizar o dinheiro obtido de forma ilegal.
“É necessário que o país combata o problema desde já, pois, mais tarde, será ainda mais difícil”, avalia a holandesa. “O futebol segue o dinheiro, de forma que as mudanças na economia global levarão a mudanças também na destinação do dinheiro dessas organizações criminosas”, disse ela em um seminário sobre lavagem de dinheiro no futebol brasileiro, promovido pelo Ministério da Justiça, em Brasília.
Segundo a consultora, o estudo dela, concluído em 2009, identificou que os mecanismos de regulação e fiscalização do futebol são frágeis e insuficientes em praticamente todo o mundo. Além disso, falta transparência na condução dos negócios futebolísticos, como contratação de atletas e investimentos feitos por dirigentes de clubes e federações.
“Concluímos [no estudo] que o futebol é vulnerável à lavagem de dinheiro e a outros crimes, como tráfico de pessoas e corrupção”, informou Brigitta Slot. Para ela, o endividamento e a má governança dos clubes – inclusive os milionários times europeus, que também têm alto grau de endividamento -, a falta de fiscalização adequada por parte dos governos e a paixão que o esporte desperta são alguns dos fatores que contribuem para agravar o problema.
SALÁRIOS – Como os demais palestrantes que participaram do seminário, a consultora do Bird classificou como injustificáveis e insustentáveis os altos salários pagos a jogadores e treinadores, além dos valores envolvidos nas transações entre clubes.
“O futebol é intocável na maioria das sociedades. Às vezes, as pessoas se perguntam quem controla quem. São os governos que impõem regras aos clubes ou é o contrário?”, questionou, provocando na plateia.
Informações de Agência Brasil
FOTO: ilustrativa