A Fenac, símbolo daquilo que
o sapato representou para o crescimento do Vale do Sinos, é um patrimônio
dos hamburguenses. Sua principal acionista é a Prefeitura de Novo Hamburgo.
Nessa condição, cabe sempre ao prefeito da cidade escolher o diretor-presidente
da empresa. Jair Foscarini (PMDB) optou por Júlio Camerini, empresário
que também integra a Associação Comercial, Industrial e de Serviços
do município. E parece ter acertado bem. Sob seu comando, a Fimec está
crescendo, a Courovisão vai renovar seu conceito, novos eventos devem
preencher o calendário de 2007 e a Festa Nacional do Calçado, resgate
da integração com a comunidade, foi retomada nesse ano e tem a segunda
edição confirmada.
Como depende da presença ativa
das entidades que representam o setor coureiro-calçadista para dar
a volta por cima e crescer em meio a uma crise perigosa na cadeia produtiva,
a Fenac deve estar livre de grandes interferências partidárias, um
risco sempre iminente na medida em que trata-se de uma boa vitrine.
Se a estatal fugir do equilíbrio necessário entre seus agentes políticos
e sua gama de apoios na sociedade, corre o risco de sucumbir. O atual
prefeito de Novo Hamburgo parece ter compreendido esse conceito. Tanto
que Jair colhe seus melhores resultados até agora justamente na chamada
administração indireta, em empresas como a própria Fenac e a Companhia
Municipal de Saneamento (Comusa).
A escolha de Camerini, aliás,
é resultado desse tratado de transformar a empresa em algo livre de
politicagem. ‘‘O Jair tem cumprido à risca esse compromisso de
fazer com que a Fenac seja conduzida com a participação intensa das
entidades’’, atesta seu diretor-presidente. Para ele, o resultado
é amplamente satisfatório a todos. ‘‘É um trabalho que acaba
agradando ao próprio Município’’, completa Camerini. A integração
pode ser verificada nos conselhos de Administração e Fiscal, o palco
das grandes decisões relacionadas à empresa. Estão lá, com suas
cadeiras asseguradas pelo comprometimento com a integração entre setores
público e privado, dirigentes das entidades representativas da cadeia
coureiro-calçadista.
Camerini gosta de frisar que
a empresa não descuida da comunidade. E cita a Festa Nacional do Calçado,
cuja primeira edição foi realizada em setembro passado, como exemplo
disso. ‘‘Ela propiciou integração com as entidades da cidade e
com diversas secretarias do Município’’. Ainda de acordo com o
dirigente, as diretrizes adotadas no comando da Fenac ‘‘têm levado
a um profissionalismo muito grande’’. O saldo, completa, é bastante
positivo. Ele lembra que só nesse ano o governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB), esteve três vezes nos pavilhões da Fenac.
A satisfação é mesmo a tônica do momento. Nota-se, feira após feira,
que a interação, seja com os empresários ou com a comunidade, é
cada vez maior.