Após apresentação de ferramentas disponíveis no local, Dado Schneider relatou experiências sobre ensinar a nova geração.
Mônica Neis Fetzner [email protected] (Siga no Twitter)
Até o chão da Sala Conectada, na Escola de Educação Básica Feevale, em Novo Hamburgo, dá o tom de ambiente tecnológico do espaço, inaugurado nesta segunda-feira, dia 22.
São teclados, mouses, placas, disquetes, cabos e outros itens essenciais a computadores, formando uma espécie de vitrine aos pés de quem entra no local. Quatro mesas dão espaço a 32 estudantes, e cada um tem direito a usar um netbook.
O professor Elias Wallauer, um dos responsáveis pela formação dos colegas no ambiente, apresentou as possibilidades da lousa digital, principal plataforma da sala. Outra é a câmera de documentos, uma espécie de filmadora diretamente conectada à lousa.
“Em vez de aglomerar alunos em volta de uma experiência, por exemplo, a câmera pode filmá-la e a lousa a reproduz, salvando-a depois para que os estudantes possam levá-la para casa”, exemplifica Wallauer. Os professores de todas as disciplinas poderão utilizar o espaço, e as aulas ficam salvas em PDF. “É uma forma de facilitar e melhorar a prática docente.”
Dado Schneider (foto), doutor em Comunicação e professor no MBA em Comunicação Estratégica e Branding na Feevale, foi convidado a palestrar na inauguração sobre o que tecnologias como a Sala Conectada provocam nos educadores. “Ensinar mudou, e quem dá aula não foi preparado para isso”, avalia.
“Nós nunca comemos o melhor bife”,
afirma Dado Schneider sobre sua geração
“Eu não aguentava mais as minhas aulas. Não costumava deixar meus alunos abrirem os notebooks durante as aulas, mas decidi ser melhor do que qualquer conteúdo que pudessem acessar”, relata Dado Schneider. “Os professores precisam adequar suas plataformas à nova geração, que não vai se adaptar ao modelo de aula vigente.”
Schneider afirma que aqueles que hoje tem cerca de 20 anos foram os últimos capazes de ficarem quietos em uma sala de aula. “Sinto nos professores uma dificuldade de se adaptar a essa realidade. Nós nunca comemos o melhor bife. Quando éramos crianças, quem tinha o melhor eram os adultos, mas agora, na nossa vez de mandar, quem manda são os mais jovens que nós”, brinca.
“Minha geração, a geração dos professores, tem que aprender tudo de novo. E isso é bom, porque não vamos ficar velhos. Isso chacoalha as cabeças. Essa plataforma [referindo-se à Sala Conectada, foto acima] vai ajudar porque os alunos vão achar legal, vão interagir.”
FOTO: Mônica Neis Fetzner / novohamburgo.org