Número de celulares apreendidos em cadeias da Região Metropolitana, inclusive em locais de alta segurança, estão sendo levantados para mapeamento que deve ser concluído até o final do ano.
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Um levantamento do juiz Sidinei Brzuska, responsável por fiscalizar 20 presídios e albergues da região Metropolitana, revela a facilidade com que os aparelhos celulares chegam às mãos de apenados.
De maio de 2009 até a semana passada, haviam sido apreendidos 2.072 mil telefones, quase 103 por mês, em média, ou quatro aparelhos por dia.
Segundo o magistrado da Vara de Execuções Criminais – VEC da Capital, a maior parte dos equipamentos foi encontrada no Presídio Central, em Porto Alegre, e na Penitenciária Estadual do Jacuí – PEJ, em Charqueadas. Os presídios da VEC compõem a espinha dorsal do sistema prisional gaúcho.
“Mas detectamos problemas em locais que não deveriam entrar de jeito nenhum como a Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), onde o controle deveria ser muito maior”, lamenta Brzuska.
O atual governo tentou por meses implantar o bloqueador de sinais nos presídios, mas a medida acabou frustrada. A tecnologia prejudicava o sinal de usuários vizinhos às cadeias. A Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe resolveu apostar em detectores de metais. Segundo a entidade, a licitação para a aquisição dos equipamentos ainda está em andamento.
FORNECEDORES – Para o autor do levantamento, a melhor forma de diminuir o número de celulares é apertar o cerco contra os principais fornecedores: visitantes dos apenados e agentes penitenciários. “Antes dos parlatórios, os advogados eram apontados como culpados. Agora só restam essas duas alternativas”, afirma Brzuska.
Após visita técnica às cadeias do Espírito Santo neste fim de semana, o juiz aponta o Estado do Sudeste como exemplo a ser seguido: “eles têm 15 presídios livres de celular atualmente. O Estado dá tudo para o preso, desde roupa até papel higiênico. Não entra nada de fora. E não tem revista de visitantes. As visitas são monitoradas e se houver suspeita, o preso fica três dias numa sala que eles chamam de descontaminação”.
O mapeamento das apreensões de celulares nas cadeias da Região Metropolitana deverá ser concluído até o fim do ano. A intenção do juiz Sidinei Brzuska é entregar a pesquisa para o novo governo em janeiro
Informações de ZeroHora.Com
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