Estudo atualizado pela Emater-RS apontou que na próxima safra o avanço da lavoura de soja deve se dar sobre áreas de pecuária, milho e arroz.
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As regiões de Bagé, Pelotas e Porto Alegre devem registrar, segundo estimativas da Emater-RS, as maiores expansões de área de cultivo de soja no Estado na próxima safra, que começa a ser plantada.
As respectivas variações de 23,43%, 26,93% e 35,48% superam em muito a média estimada para o Rio Grande do Sul, de 6,22%. Esses dados, segundo o gerente-técnico da instituição, Dulphe Pinheiro Machado Neto, indicam que os produtores gaúchos não estão seguindo alguns procedimentos recomendados, como a rotação de culturas, o que aumenta os riscos.
Um estudo atualizado pela Emater-RS no final de agosto apontou que na próxima safra o avanço da lavoura de soja no Rio Grande do Sul deve se dar sobre áreas de pecuária, milho e arroz, embora Pinheiro Machado Neto pondere que o cultivo nas regiões de várzea (onde tradicionalmente se planta arroz) é ainda muito incipiente e se coloca mais como uma alternativa do produtor do que propriamente uma substituição de cultura.
A estimativa é de que a área cultivada com arroz diminua 2,9% no Estado, enquanto o milho deve perder 5,55% da área. O presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta, Airton Carlos Becker, afirma que na região o aumento da área de soja deve ser da ordem de 10%. Becker destacou também que a área da pecuária vem se reduzindo ano a ano na região, embora a expansão da lavoura justifique receio por parte das lideranças do sindicato.
Produtividade também deve ser maior
O presidente da Comissão de Soja da Farsul e líder do Sindicato Rural de Passo Fundo, João Batista da Silveira, aponta outro fator que puxa a expansão da lavoura de soja: os contratos futuros negociados no início do plantio a R$ 65,00 a saca. E com uso de mais tecnologia, a produtividade também deve ser maior.
No estudo da Emater-RS, a projeção é de que o Estado produza, em média, 2.577 quilos por hectare neste ano, frente aos 1.445 do ciclo anterior. Já o presidente do Sindicato Rural de Júlio de Castilhos, Rodrigo Martins, afirma que a concentração da produção na soja preocupa o setor porque o Estado começa a registrar falta de terneiros e os produtores, já endividados, renovam maquinário.
Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab indicou que o Rio Grande do Sul terá uma safra total de 28,33 milhões de toneladas, um aumento de 35,8% frente ao ano anterior (20,88 milhões de toneladas). Só de soja, o órgão estima que o Estado produza 12,12 milhões de toneladas, 85,8% mais do que no período 2011-2012.
Em igual período do ano passado, a comercialização da oleaginosa envolvia 30% e a média para o período é de 23%. No relatório anterior, de 06 de setembro, o número era de 43%. Levando-se em conta uma safra estimada em 82,295 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 37,56 milhões de toneladas. Para a temporada 2011-2012, o total comercializado chega a 98% da safra. Em igual período do ano passado, a comercialização de soja envolvia 86% e a média para o período era de 89%.
Informações de Jornal do Comércio
FOTO: reprodução / TV Globo