Obras como as do Maracanã, Mané Garrincha, Castelão, Verdão e Arena da Amazônia estão sendo ou foram alvo de investigação do Tribunal de Contas da União – TCU.
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Problemas com tribunais de contas, alto risco de vários se tornarem ociosos – em função da baixa quantidade de público para os jogos locais – e falhas de projeto.
Esses são alguns dos problemas dos estádios que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014, de acordo com estudo feito pelo Sindicato Nacional de Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – Sinaenco que vai ser divulgado nesta quarta-feira, dia 02. O relatório também alerta para o atraso em algumas construções.
As obras que estão sendo ou foram alvo de investigação por parte dos tribunais de contas estaduais ou pelo Tribunal de Contas da União – TCU por suspeitas de irregularidades são as do Rio de Janeiro (Maracanã – foto), Brasília (Mané Garrincha), Fortaleza (Castelão), Cuiabá (Verdão) e Manaus (Arena da Amazônia).
Desses estádios, três – os de Brasília, Cuiabá e Manaus -, além dos de Natal (Arena das Dunas) e Recife (Cidade da Copa), têm tudo para se transformar em “elefantes brancos” após o Mundial. O estudo aponta um problema óbvio para fundamentar o risco da ociosidade dessas arenas: o futebol local não atrai grande público.
A exceção é o Recife. O estado tem excelente demanda de público, mas o problema é que Santa Cruz, Sport e Náutico, os três principais clubes, têm estádios próprios e não se mostram dispostos a abrir mão deles para jogar na Cidade da Copa, cujas obras devem começar ainda este mês.
Estádios atrasados
O adiamento do início das obras do estádio do Corinthians também é destacado pelo Sinaenco. A previsão, agora, é para o mês de abril, uma vez que há questões burocráticas a serem resolvidas, bem como permanece a indefinição sobre o financiamento dos cerca de R$ 200 milhões necessários para ampliar a capacidade da arena de 48 para 65 mil pessoas, condição básica para que o Itaquerão possa receber a partida de abertura da competição.
As obras em Natal também não começaram. Nesta quarta-feira será aberta a concorrência para a parceria público-privada que viabilizará a Arena das Dunas. Duas construtoras se interessaram.
Outro problema é a cobertura do Maracanã, que precisa ser refeita, segundo o Comitê Organizador Local da Copa. Isso representaria acréscimo de pelo menos R$ 200 milhões no preço da obra, atualmente orçada em R$ 705 milhões – foram feitas modificações no projeto para adequá-lo às exigências da Fifa.
O TCU havia alertado recentemente para o estouro no orçamento inicial de praticamente todos os 12 estádios envolvidos com a Copa do Mundo
Problemas com crédito
Há, também, morosidade no processo de obtenção de crédito. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES estabeleceu linha de crédito de R$ 400 milhões por estádio, mas até agora apenas cinco cidades conseguiram aprovar seus projetos, duas delas parcialmente.
Cuiabá (R$ 393 milhões), Fortaleza (R$ 351,5 milhões) e Salvador (R$ 323,6 milhões) tiveram recursos liberados, bem como Rio de Janeiro (20% dos recursos, por recomendação do TCU) e Manaus (R$ 15 milhões, para a contratação do projeto executivo, de acordo com solicitação do Ministério Público estadual e do federal).
No caso de Manaus, o ministro do Esporte, Orlando Silva, prometeu às autoridades do estado, no início da semana, pedir ao BNDES a liberação rápida de R$ 100 milhões para agilizar a obra da Arena da Amazônia.
Informações de Estadão e Jornal do Brasil
FOTO: divulgação / Emop