Secretário de Vigilância em Saúde e pesquisador citam desafios, como a recusa de 30% das casas em receber agentes sanitários.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A doença que somente neste ano deixou um milhão de pessoas doentes e causou a morte de 600 dificilmente será erradicada. Esta é a opinião do secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, e do pesquisador da Fiocruz, Ricardo Lourenço.
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Segundo eles, o crescimento das cidades e o aumento da produção de lixo facilitam a propagação do mosquito Aedes aegypti, tornando “impossível” sua erradicação. “Controlá-lo consegue-se com apoio da sociedade. Mas erradicar é algo que se pensou, mas não se conseguiu, e imagina-se que não se vai, porque as cidades são muito maiores e a produção de lixo é enorme”, afirmou Lourenço.
“Erradicar é impossível”, pontuou Barbosa. “Mesmo em Cingapura, que é uma cidade saneada, não conseguiram erradicar o mosquito”, garantiu. “O ambiente que nós temos, combinado com a falta de uma medida altamente efetiva, como uma vacina, faz com que a gente segure a mola tensionada.”
De acordo com Jarbas Barbosa, 30% das casas recusam a entrada dos agentes sanitários em seu lar, o que também dificulta o controle da doença. O secretário destaca, porém, que há medidas afirmativas que tem ganhado a adesão da sociedade. “Algumas prefeituras, como a de Belo Horizonte, oferecem abatimento no IPTU quando o agente não encontra larvas na casa”, afirmou.
CRIADOUROS – Pelo menos duas cidades da Amazônia vivem epidemia da doença e pelo menos 16 estados apresentam um alto risco de surto, sendo que 13 são do Norte e Nordeste.
De acordo com o secretário de vigilância em saúde, 70% dos criadouros de mosquito nessas regiões são caixas d’água destampadas e outras formas de armazenamento inadequado de água. Porém, acúmulo de água em vasos de plantas, pneus, calhas entupidas, embalagens de plástico e até mesmo água suja e salgada também têm servido para a reprodução do mosquito nas demais regiões brasileiras.
A grande facilidade de adaptação do mosquito, segundo os analistas, torna ainda mais difícil o combate à doença.
Informações de Band
FOTO: ilustrativa / Terra