Segundo a denúncia, para conseguir empréstimo do BNDS, a EDRB teria que contratar o filho dela, pagar uma comissão e dar mais R$ 5 milhões.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Na segunda-feira, dia 25, a Polícia Federal encontrou contradições nos depoimentos acerca das denúncias de quebra de sigilo fiscal na Receita e das suspeitas de favorecimento de empresas na Casa Civil.
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Entenda as denúncias contra a ministra-chefe da Casa Civil
A ex-ministra Erenice Guerra deu outra versão. Em setembro, o governo negou que a então ministra tivesse se reunido com o empresário que denunciou o suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil.
Pela primeira vez, Erenice admitiu que participou de uma reunião com o consultor Rubnei Quícoli, representante da EDRB, empresa que tentava um empréstimo do BNDS, para um projeto de energia alternativa.
Segundo a denúncia, para conseguir o dinheiro a empresa teria que contratar o filho dela, pagar uma comissão e dar mais R$ 5 milhões. O negócio não foi fechado.
De acordo com o advogado, Erenice não se lembrava do encontro porque tinha uma agenda cheia de compromissos. “Ela diz que participou, os empresários dizem que ela participou, o senhor Quícoli diz que ela participou, portanto não há dúvida alguma que ela participou. O único problema foi questão de se recordar da agenda, que é muito extensa”, argumenta o advogado de Erenice.
A ex-ministra confirmou que se reuniu duas vezes com o empresário Fábio Baracat, representante da MTA Transportes Aéreos. Essa empresa chegou a ter quatro contratos com os correios. Erenice declarou não ter tratado negócios com ele e nem de assuntos de interesse do governo. Ela disse também que soube pela imprensa que o filho, Israel Guerra, fazia assessoria para a MTA.
Quebra de sigilo
A Polícia Federal também ouviu o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, acusado de encomendar a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. Ele foi indiciado e vai responder por quatro crimes: violação de sigilo, corrupção ativa, utilização de documento falso e crime contra a administração da justiça.
“Ele foi indiciado e isso é positivo. Ele vai poder, a partir de agora, na condição de investigado, provar que não cometeu crime algum”, diz o advogado de Amaury, Adriano Bretas.
No depoimento, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior negou que tenha pagado para conseguir informações sigilosas de pessoas ligadas ao PSDB. Em outubro do ano passado, o despachante Dirceu Rodrigues Garcia disse à polícia que recebeu do jornalista R$ 12 mil para que ajudasse na quebra dos sigilos fiscais. Em setembro, teria recebido de Amaury mais R$ 5 mil.
Informações de Bom Dia Brasil
FOTO: Wilson Dias / ABr