A presidente eleita confirmou os nomes de Guido Mantega, Miriam Belchior e Alexandre Tombini ressaltando que esta escolha tem o objetivo de continuidade da política desenvolvida no governo Lula
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A presidente eleita, Dilma Rousseff, justificou, por meio de nota oficial divulgada na tarde desta quarta-feira, 24, que sua escolha de sua equipe econômica como uma forma de assegurar a continuidade da política econômica desenvolvida durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nota confirma a indicação do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, para permanecer a frente da pasta e o convite a Miriam Belchior, coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para assumir a pasta do Planejamento.
A nota também confirma o atual diretor de Normas do Banco Central, Alexandre Tombini, para a presidência da Banco Central. A indicação de Tombini terá que ser submetida ao Senado Federal para aprovação.
De acordo com a nota oficial, Dilma determinou que a nova equipe assegure a continuidade da bem sucedida política econômica do governo Lula e promova os avanços que levarão o Brasil a vencer a pobreza e alcançar o patamar de nação plenamente desenvolvida.
Mantega afirma que crescimento deverá
ocorrer com equilíbrio fiscal
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a prioridade do governo federal em 2011 será ampliar o ajuste fiscal para abrir espaço para a queda dos juros e manter o crescimento sustentado da economia.
Durante a apresentação da equipe econômica do próximo governo, ele afirmou que o governo pretende reduzir os gastos no ano que vem depois da estabilização da economia. Mantega também disse que a presidente eleita deseja que o crescimento seja de superior à média dos últimos quatro anos de governo Lula, que foi de 5%.
O ministro ainda ressaltou que a contenção dos gastos fiscais é essencial para que a dívida líquida do setor público, atualmente em 41% do Produto Interno Bruto (PIB), seja reduzida para 30% até 2014. No entanto, Mantega advertiu que o equilíbrio das contas públicas pode ser comprometido caso forem aprovados projetos de lei com impacto nos gastos do governo.
Miriam Belchior quer melhorar a qualidade dos
gastos públicos e dos serviços à população
A futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que vai pautar seu trabalho em três eixos fundamentais: “planejamento das ações de governo, busca de melhor qualidade dos gastos públicos e melhoria dos serviços prestados à população.
Miriam ressaltou que o país precisa recuperar a tradição de planejamento e citou exemplos bem-sucedidos no governo Lula na área social, como as políticas de distribuição de renda, e a política de infraestrutura, cuja principal ação é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que ela coordenou.
Entre as prioridades, Miriam citou a erradicação da miséria, a melhoria de qualidade dos serviços prestados nas áreas de educação, saúde, segurança e combate a drogas, além dos “investimento para o país continuar crescendo”.
“É possível fazer mais com menos e é isso que vamos perseguir nos quatro anos do governo da presidente Dilma”, disse.
Tombini diz que BC terá autonomia total
O indicado por Dilma Rousseff para ocupar a presidência do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, garantiu que a autonomia da instituição financeira se manterá em sua futura gestão. Essa autonomia, segundo Tombini, foi um dos pontos destacados pela presidenta eleita ao fazer o convite.
“A presidenta Dilma disse que nesse regime econômico consolidado pelo qual o Brasil passa não existe meia autonomia. É autonomia total”, disse Tombini, após o anúncio de sua indicação.
Tombini destacou que instituição perseguirá o controle da inflação dentro da meta. Para o próximo ano, a meta está definida em 4,5%. “Dilma espera que o Banco Central cumpra seu papel de manter a meta de inflação em 4,5%”, informou.
O futuro presidente do BC terá ainda que ser avaliado em uma sabatina no Senado que tem a atribuição de aprovar sua indicação. Tombini também ressaltou que o regime econômico atual está baseado em três pilares bem definidos: estabelecimento de metas de inflação, transparência e prestação de contas.
Informações ABr
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