Primeiro Encontro Comug de TVs Universitárias recebeu o presidente da ABTU, que acredita na necessidade de “maior integração destas televisões com a comunidade”.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Em 1997, o Brasil contava com 25 TVs universitárias. Em 2010, este número saltou para 151, um aumento de cerca de 700%.
“Apesar do aumento em quantidade, ainda é necessário repensar e construir alternativas e meios de maior integração destas televisões com a comunidade”, disse o presidente da Associação Brasileira de Televisões Universitárias – ABTU, Cláudio Magalhães, durante o primeiro Encontro Comung de TVs Universitárias na terça-feira, da 17, na Unisinos.
Para o reitor da Unisinos, padre Marcelo Fernandes de Aquino, a grande importância destas televisões está na integração com a sociedade, por ser um espaço que privilegia a comunidade e cultura locais. “Não podemos perder de vista que a TV universitária precisa estar alinhada com o projeto da universidade e do desenvolvimento institucional”, acrescentou o reitor.
No encontro, o presidente da ABTU apresentou os dados da última pesquisa realizada pela entidade, que dá uma dimensão do crescimento e da importância cultural e econômica das televisões universitárias. Segundo Magalhães, cerca de três mil funcionários são empregados por estas TVs, sem contar o grande número de bolsistas e estagiários. As televisões universitárias recebem, ainda, um investimento médio de R$ 78 milhões ao ano. “Este crescimento ainda tem um potencial econômico e cultural enorme”, salientou.
O elo com a comunidade foi apontado pelos painelistas como o maior ponto positivo das televisões. “As universitárias cumprem esta função histórica de levar o conhecimento para fora dos muros da academia e de trazer para dentro da universidade a cultura local”, destacou Magalhães.
TV Unisinos
Para o professor Ney José Lazzari, presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas – Comung e reitor da Univates, a Unisinos tem muito o que ensinar sobre o assunto, pois é um case de sustentabilidade.
“Temos a TV Unisinos como referência e queremos intensificar a troca de programação, além de unir forças na parte política, junto a alguns entraves em comum no Ministério das Comunicações, para continuar com este projeto em nossas regiões”, destacou Lazzari.
Apesar de hoje ser uma referência, o reitor da Unisinos destacou que a TV chegou a passar por momentos de crise. “Há cerca de seis anos passamos por um período difícil e, como é um veículo bem oneroso, a possibilidade de ficarmos sem a TV apareceu. Graças ao trabalho da coordenação em busca de alternativas sustentáveis para este veículo, de uma gestão negocial, universitária e pedagógica sem improvisos, conseguimos não só manter a teledifusão, como aprimorá-la em qualidade”, destacou o padre Marcelo.
A mudança de postura dos dirigentes das universidades comunitárias brasileiras é fundamental, segundo o presidente da ABTU, para que as televisões tenham um rendimento maior. “É preciso definir, de cima para baixo, o papel do veículo para a instituição e que isto seja incorporado. A definição do que se quer da televisão é o primeiro passo para a elaboração de uma TV educativa competitiva”, salientou Magalhães.
Informações de J.U Online
FOTO: reprodução / J.U Online