Participaram sete candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul: Aroldo Medina, Carlos Schneider, José Fogaça, Montserrat Martins, Pedro Ruas, Tarso Genro e Yeda Crusius.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Às vésperas das eleições de 03 de outubro, os gaúchos puderam acompanhar, na noite de terça-feira, 28, na RBS TV e na Rádio Gaúcha, o último confronto entre sete candidatos ao Palácio Piratini.
O debate foi marcado por enfrentamentos entre os candidatos e críticas a atual administração. Participaram Aroldo Medina, do PRP, Carlos Schneider, do PMN, José Fogaça, do PMDB, Montserrat Martins, do PV, Pedro Ruas, do PSOL, Tarso Genro, do PT, e Yeda Crusius, do PSDB. Entre os temas abordados estiveram investimentos, educação, saúde, segurança e emprego.
No segundo bloco, Yeda acusou Pedro Ruas de fraude que envolveria o nome da governadora. Ruas insistiu que Yeda é ré, já que a dúvida reside na questão da competência de quem vai julgá-la, “Santa Maria ou Brasília”. “O senhor fugiu do processo, com sua imunidade parlamentar, no processo a Carlos Crusius. O senhor é réu, eu não”, rebateu Yeda.
A atual governadora debateu com Tarso Genro no quarto bloco sobre o ajuste fiscal no crescimento do RS. “Tarso diz que o RS não existe, que estamos isolados. Como?”, indagou ela, que defendeu que o Estado cresce mais que o Brasil, tem a menor taxa de desemprego do país e atraiu R$ 53 bilhões de investimentos. “Braskem e Pólo Naval são investimentos do governo federal. O governo do RS tem sido muito tímido”, respondeu o petista, que lembrou os atritos de Yeda com o vice-governador, Paulo Feijó, durante a administração dela.
O programa teve cinco blocos com perguntas livres e temas propostos pela equipe da RBS. A mediação do debate foi do jornalista Lasier Martins. Julio Flores, do PSTU, e Humberto Carvalho, do PCB, não participaram por não ter representação na Câmara.
Principais temas debatidos
COPA – Tarso Genro abriu o debate perguntando para Aroldo Medina como ele vê a questão da segurança pública na Copa e nas Olimpíadas. Medina elogiou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci, do governo federal, que, segundo ele, “merece reconhecimento”. Tarso aproveitou o tema para falar de si mesmo e do que fez no Ministério da Justiça. “É necessário que os policiais estejam atentos, entrem nos cursos, para receberem o benefício e estejam treinados”, disse o petista, que destacou a Bolsa Copa, destinada aos policiais do Estado no período dos jogos. Medina falou na réplica sobre a necessidade de aumento no salário do policial: “Me faça governador e haverá uma resposta sobre a educação policial”.
Aroldo Medina quis saber de Fogaça sobre as melhorias nas rodoviárias e aeroportos do Estado para a Copa 2014. Apontou o péssimo serviço prestado por boa parte das estações rodoviárias. Fogaça admitiu que ele tem razão: “É preciso melhorar a pista do Aeroporto de Porto Alegre (…). É preciso fazer um sistema de consórcios operacionais para ver a economicidade dos projetos”. “Quem usa transporte coletivo precisa ser mais respeitado”, disse Medina.
FINANÇAS – Medina escolheu perguntar para Yeda Crusius sobre finanças públicas. Ele acusou que há empresa fantasma ganhando licitação no governo do RS. Yeda pediu a Medina que formalize a denúncia, que ela mandará investigar. Disse que não pode falar sobre o que não conhece: “Somos os melhores em transparência”, garantiu a governadora. Medina adiantou que dará uma coletiva nesta quarta-feira, 29, para falar da suposta empresa fantasma que, segundo ele, ganhou licitação no governo estadual.
Schneider perguntou a Yeda sobre o tema sorteado: previdência do Estado. Ele mencionou estagiários em função pública. Yeda se defendeu: “Candidatos parecem ter a necessidade de desfazer o bem. Nós cortamos 30% dos cargos de confiança no primeiro dia. Todas as promessas que fiz eu cumpri”. Yeda disse que o problema de Schneider não é má fé. É desinformação. “Não é uma questão de ataques, mas de realidade”, rebateu Schneider.
EDUCAÇÃO – Yeda perguntou a José Fogaça sobre suas propostas para a área de educação. “Queremos ser a educação nº 1 no Brasil. Para isso, teremos um programa de capacitação dos professores”, prometeu ele, que garantiu que reformas serão negociadas com o magistério.
Montserrat questionou Pedro Ruas sobre escolas públicas. Ruas desviou o assunto da educação e aproveitou para falar o que pretendia fazer com o direito de resposta que não obteve: “O que fazem essas alianças? Tomam o poder e loteiam o governo”, disse, reafirmando acusações contra o governo.
Medina indagou Ruas sobre a situação dos professores. Ruas defendeu escolas de turno integral: “Pagar o piso é o mínimo que os professores merecem. Temos que ter escolas de turno integral”. Medina voltou a falar sobre segurança, com gancho na educação: “O professor vive inseguro em sala de aula”, disse ele, que afirmou que investirá também nas escolas militares.
TECNOLOGIA – Fogaça questionou Montserrat Martins sobre investimento em tecnologia. “Não há critérios que direcionem o desenvolvimento para determinada área. Temos que estabelecer esses critérios”, explicou Montserrat. Segundo ele, a política do PV é direcionar incentivos fiscais para projetos que usam tecnologia limpa.
Fogaça aproveitou a pergunta para falar do seu projeto de desenvolvimento regional. Disse que vai trabalhar integrado com as universidades “para abrir portas”.
ESTRADAS – Pedro Ruas perguntou a Carlos Schneider sobre pedágios. “Pedágio é taxa, então é tributo. Não vamos renovar esses contratos”, respondeu Schneider. Ruas também criticou a cobrança: “Pedágio aqui no RS é um escândalo. Não há controle. Apenas pagamos, pagamos e pagamos.”
Tarso questionou Fogaça sobre entrega das estradas pedagiadas ao governo federal, feita por Yeda. Fogaça respondeu a Tarso: “A situação das estradas ficou acéfala. Os contratos ficaram no limbo”. O petista defendeu parcerias: “Relação federativa exige disposição positiva das partes, temos que dialogar no RS, parar com essa história de se isolar.”
SEGURANÇA – Schneider perguntou se Tarso se compromete a não aumentar tributos para custear aumento de gastos com presídios. Tarso disse que se compromete. O petista afirmou que tem um novo plano diretor do sistema prisional: “É a reforma de presídios antigos e construção de presídios para jovens(…). O governo federal tem recurso para construção de presídios. Basta apresentar a proposta”, garantiu.
INCENTIVOS E RECURSOS- Fogaça perguntou a Tarso Genro sobre a concessão de incentivos fiscais do governo para a ampliação da GM. Tarso diz que vai trabalhar incentivos fiscais na geração de empregos. Tarso: “Se vier empresa de fora, vamos analisar friamente a proposta. É preciso proteger a economia já existente no Estado”.
Segundo ele, a prioridade nos incentivos será atender a “base produtiva já instalada no Estado”. Já Fogaça disse que vai usar incentivos para atrair investimentos. Lamentou que o PT tenha votado contra os incentivos à GM.
Yeda perguntou qual era o plano de Montserrat para investir no setor de agricultura. Montserrat destacou que “a economia depende do bom uso dos recursos naturais”, enquanto que Yeda defendeu que o seu governo tem um sistema de irrigação, a Emater, e ações pensando na sustentabilidade. “O ajuste das contas públicas me possibilitou mais recursos para investir na agricultura”, reforçou ela, mais uma vez lembrando o ajuste fiscal.
SAÚDE – Fogaça fez pergunta livre a Medina sobre a situação dos hospitais. “Não vim aqui para enganar o povo gaúcho. A saúde está completamente abandonada. Precisamos de mais tecnologia”, defendeu Medina. Fogaça concordou: “É preciso dar prioridade para a saúde. Vamos atingir isso, ano a ano.”
Sorteado, Montserrat perguntou a Fogaça sobre tratamento a dependentes químicos. Fogaça: “Temos que aumentar o número de leitos, trabalhar no aumento de profissionais nos postos de saúde”. Montserrat: “Sou médico e digo que faltam consultores a comunidades terapêuticas. Tem que ter vivência prática do problema”.
PONTE – Fogaça perguntou a Yeda: “É possível construir a ponte que liga Lami à Barra do Ribeiro e ainda à ponte do Guaíba?” (terceira ponte do Guaíba, que custaria pelo menos R$ 700 milhões). Lembra que Dilma e Serra prometeram a segunda. Yeda: “Precisamos pensar mais alto. A segunda ponte é importante, mas o que planejo é o Rodoanel, um novo conceito de transporte”. Fogaça diz temer que, com duas pontes prometidas, Porto Alegre acabe ficando sem nenhuma.
Informações de ClicRBS
FOTO: reprodução / Adriana Franciosi