Sucessora de Lula, cuja aprovação é de 83%, chegou a ser presa e torturada durante a ditadura militar e assume após campanha que a tornou “uma pessoa melhor”.
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Dilma Rousseff receberá a faixa presidencial no dia 1º de janeiro de 2011. Até lá, vai organizar a transição, escolher ministros e se preparar para governar 190 milhões de brasileiros.
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Com o resultado das Eleições 2010, Dilma acrescenta ao currículo o posto de Presidente da República, que já contém títulos de economista e ministra.
Em dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff foi responsável por algumas das principais obras do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e o “Minha Casa, Minha Vida”. Mas foi ao falar da campanha que a presidente eleita do Brasil deixou claro qual foi a obra que mais mexeu com ela: “Valeu a pena ter sido candidata à presidência. Eu saio uma pessoa melhor do que entrei”.
A eleição, muitos pensaram, seria resolvida já no primeiro turno. Não foi, e as causas incluem as acusações de tráfico de influência na Casa Civil, que derrubaram Erenice Guerra, e da polêmica em torno do aborto. “Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, porque acho o aborto uma violência contra mulher”, ressaltou.
INÍCIO – A trajetória começou com um susto: a descoberta de um câncer linfático, em abril do ano passado. “Nós brasileiros temos esse hábito de sermos capazes de enfrentar obstáculos, de transpô-los e de sair inteiros do outro lado de lá”, afirma.
Dilma se tratou, perdeu o cabelo, botou peruca, viajou, sambou, virou avó. Mas não era a preferida do PT. “Mal entrou no partido”, “ligada a Leonel Brizola”, lembravam alguns petistas. “Não tem tato político”, reclamavam outros. “Nunca enfrentou uma eleição”, diziam. Ganhou fama de centralizadora, mandona. Dilma venceu todas as resistências com apoio integral de Lula.
Vida política
A primeira mulher eleita presidente do Brasil nasceu em Belo Horizonte, tem 62 anos. Quando jovem, lutou contra a ditadura militar: participou de grupos da esquerda armada, foi presa aos 19 anos, passou três anos na cadeira e foi “barbaramente torturada”.
Um amigo de Dilma também relembrou aquele período. “Suportar uma tortura é difícil. Ela suportou com inteligência. A tortura é uma coisa absolutamente indescritível”, declara o advogado Gilberto Vasconcelos.
Dilma foi ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil. Acabou virando o braço direito do presidente Lula. Também durante o governo de transição, Dilma Rousseff vai recordar alguns momentos, já que ela também participou do governo de transição do então presidente Fernando Henrique para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Informações de Bom Dia Brasil
FOTO: Marcello Casal Jr / ABr