Resultado é puxado pelo setor industrial. Em março, a produção recuou 0,5 por cento frente a fevereiro, fechando o primeiro trimestre com perdas de 0,5 por cento sobre o final de 2011.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A atividade econômica brasileira entrou 2012 desacelerando. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-Br, considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto – PIB, o primeiro trimestre deste ano registrou alta de 0,15 por cento quando comparado com o quatro trimestre do ano passado.
Essa velocidade é menor em relação à que foi vista entre outubro e dezembro passados, quando o indicador mostrou expansão de 0,20 por cento sobre o trimestre imediatamente anterior. O BC mostrou ainda nesta sexta-feira, dia 18, que o IBC-Br recuou 0,35 por cento em março frente a fevereiro.
A equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sabe que o desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano será ruim, o que afetará todo o resultado para 2012. Tanto é que a previsão inicial de expansão de 4,5 por cento do PIB foi descartada e as contas agora giram em torno de apenas 3,2 por cento.
No ano passado, o PIB registrou expansão de apenas 2,7 por cento, sendo que apenas no quarto trimestre expandiu 0,3 por cento, indicando que a atividade estava se recuperando. O agravamento da crise externa, sobretudo com os problemas na zona do euro, estão impedindo que a economia brasileira retome o fôlego.
Na avaliação de economistas, o mau resultado da economia tem sido puxado pelo setor industrial. Em março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, informou que a produção industrial havia recuado 0,5 por cento frente a fevereiro, fechando o primeiro trimestre do ano também com perdas de 0,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2011. Por isso, o governo anunciou medidas para acelerar a atividade e estimular o consumo.
O mercado projeta que o PIB crescerá 3,20 por cento neste ano. Os agentes econômicos esperam que o BC continue reduzindo a Selic a 9 por cento ao ano para 8 por cento neste ano. O setor varejista continua mostrando alguma força. Em março, também pelo IBGE, houve expansão de 0,2 por cento na comparação mensal, mas em relação a um ano antes, o crescimento ficou em 12,5 por cento.
Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, os sinais fracos da economia, corroborados pelo IBC-Br, mantêm espaço para o BC continuar reduzindo a Selic. “Tudo isso em conjunto conspira para uma ação do Banco Central mais enérgica em 2012”, afirmou ele por meio de nota, acrescentando quer vê a taxa básica de juros do país em 6 por cento ao ano.
Informações de Reuters Brasil
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