Medicamento normalmente é usada contra o câncer e foi apresentado por pesquisadores da Universidade de Carolina do Norte na Conferência Internacional da Aids.
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O resultado do teste do medicamento, o vorinostat, foi apresentado nesta quinta-feira, dia 26, por pesquisadores da Universidade de Carolina do Norte na Conferência Internacional da Aids, realizada em Washington.
A droga que normalmente é usada contra o câncer conseguiu ajudar pacientes infectados pelo HIV a combater um dos problemas que desafiam cientistas na busca de uma cura para a Aids: a habilidade do vírus de ficar quieto e se “esconder”.
Oito pacientes virtualmente “curados” pela terapia antirretroviral, já usada rotineiramente contra o vírus da Aids, tomaram uma dose da droga anticâncer e descobriram que, na verdade, ainda tinham o HIV em estado latente em algumas células.
O estado inerte do vírus já era conhecido dos cientistas. É justamente essa habilidade do HIV que impede os medicamentos disponíveis de eliminarem a infecção. Quando o vírus se aloja dentro de uma célula do sistema imune e deixa de usar seu material genético para fazer proteínas, os remédios antirretrovirais não conseguem atingi-lo.
O vorinostat “obrigou” os vírus escondidos a começarem a produzir cópias de trechos de seu material genético, que é formado por RNA, e não por DNA. Isso pode ter alterado as células de defesa do organismo, que teriam destruído as células infectadas.
Segundo David Margolis, médico que liderou o estudo, isso pode ser o primeiro passo para atingir uma cura real. O efeito verificado com o primeiro teste do vorinostat, porém, foi muito sutil, porque os cientistas usaram apenas duas doses pequenas da droga (200 mg e 400 mg), que é bastante tóxica.
O médico, porém, acha improvável que as doses em uma eventual terapia para desentocar o HIV precisem ser tão altas quanto as do tratamento de câncer. Para ele, será preciso até evitar que o remédio não seja muito usado.
Informações de Folha de São Paulo
FOTO: ilustrativa / bionarede