Em entrevista ao Portal novohamburgo.org, Tarcísio Zimmermann (PT) avalia o resultado do segundo turno das Eleições 2010 e afirma que o governo municipal sai fortalecido.
Felipe de Oliveira [email protected] (Siga no Twitter)
Foi uma vitória incontestável. Dilma Rousseff (PT) elege-se com 12 milhões de votos a mais que o adversário José Serra (PSDB).
A primeira mulher brasileira a chegar a Presidência da República fez em todo o país 56,05% dos votos válidos neste domingo, dia 31 de outubro, contra 44,95% do adversário. Números que não deixam dúvidas sobre a preferência do eleitor.
Leia Mais
Dilma Rousseff vence José Serra e será a primeira mulher a governar o Brasil
No Rio Grande do Sul, no entanto, onde a petista vencera no primeiro turno, o tucano conseguiu a virada. Fez 50,94% dos votos, contra 49,06%. Em Novo Hamburgo, não foi diferente. Serra terminou o segundo turno das Eleições 2010 com o apoio de 73.332 hamburguenses (52,49%) e Dilma com 66.363 (47,51%).
Para o prefeito Tarcísio Zimmermann, companheiro de partido e amigo da presidente eleita, a explicação é simples: “Não conseguimos trazer para a Dilma os votos da Marina”. A avaliação se estende ao resultado do Rio Grande do Sul. “Nós aqui trabalhamos no limite do que dava para fazer.”
ABORTO – A derrota de Dilma Rousseff em Novo Hamburgo, acredita Zimmermann, seria conseqüência do que entende ter sido uma “exploração desavergonhada do tema do aborto, mentirosa, preconceituosa” durante a campanha. “Isso pesou aqui.”
“Uma coisa é a pessoa pensar o que pensa, outra coisa é fazer o que pensa no governo”, defende o prefeito. “O que vimos foi o retorno do obscurantismo na política. Uma punição ao direto de pensar. É uma mancha que a campanha do Serra vai carregar para o resto da vida.”
Governo Tarcísio
sai fortalecido
Embora esperasse melhor sorte no segundo turno na cidade que administra, Tarcísio Zimmermann não tem do que reclamar. Seu governo sai das urnas fortalecido. No Estado, o governador eleito é do PT: Tarso Genro. Dilma Rousseff é sua amiga pessoal. Foram secretários de estado juntos no Governo Olívio (1999/2002).
De quebra, o deputado estadual eleito Luis Lauermann (PT), que era Secretário Geral de Governo e braço direito do prefeito até abril de 2010, foi o mais votado em Novo Hamburgo, com mais de 20 mil votos na cidade e 46 mil no total. “A eleição do Luis foi muito importante. É um deputado que fará o diálogo direto das nossas demandas com o Governo do Estado.”
Bate-papo
Em entrevista exclusiva ao Portal novohamburgo.org, Zimmermann fala da eleição e como os resultados incidem no futuro de Novo Hamburgo. Uma conversa informal sobre a “mensagem das urnas”. Confira o que disse o prefeito:
novohamburgo.org A que o senhor atribui essa vitória tão expressiva de Dilma Rousseff em todo o Brasil?
Tarcísio Zimmermann Eu acho que a vitória da Dilma é o reconhecimento de que o Brasil melhorou muito nesses últimos anos. Ela tem muito a ver com a força do presidente Lula, também.
novohamburgo.org O que representa para Novo Hamburgo essa vitória?
Tarcísio Zimmermann Para Novo Hamburgo, eu também considero essencial, porque nós temos muitos recursos federais contratados, mas não executados, que se a Dilma não ganhasse estariam ameaçados.
novohamburgo.org Como o senhor avalia o resultado das eleições em Novo Hamburgo?
Tarcísio Zimmermann A Dilma manteve a votação que teve no primeiro turno e até incrementou um pouco. Melhoramos em relação ao segundo turno de 2006. A diferença antes foi de quase 20 mil votos (entre PT e PSDB) e agora foi de sete mil.
novohamburgo.org Mas o que representa essa derrota?
Tarcísio Zimmermann Para Novo Hamburgo, teria sido também importante se Dilma vencesse. Teríamos o argumento da vitória nos diálogos que a gente obrigatoriamente vai ter com o Governo Federal.
novohamburgo.org Como fica o seu governo diante do resultado geral das Eleições 2010?
Tarcísio Zimmermann Sai fortalecido, mesmo não tendo vencido no segundo turno em Novo Hamburgo. Ainda somos um governo no início, muitos dos nossos projetos, que são nossos, ainda estão em andamento ou por iniciar.
—
FOTO: reprodução / Correio Braziliense