Para atrair os olhares das cidades aos cuidados e preservação do rio, Instituto Martim Pescador e SOS Rio dos Sinos promovem atividade com grupo de estudantes de São Leopoldo. –
Cristiane Cunda [email protected]
Lembrar a importância da preservação ambiental e o desenvolvimento responsável da região do entorno da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos foi um dos objetivos da navegação realizada na última quinta-feira, 17.
Era o Dia do Rio dos Sinos. A bordo da embarcação tipo Catamarã, uma turma da 7ª série da escola Firmina Acauan, de São Leopoldo, receberam diversas orientações passadas por um guia do Instituto Martim Pescador e pela presidente do SOS, Dione Moraes. A iniciativa foi do Instituto Martim Pescador e SOS Rio dos Sinos e o Portal novohamburgo.org acompanhou de perto.
O coordenador executivo e sócio-fundador do Instituto, Pedro Teixeira, destacou a importância da experiência da navegação no barco escola. “A maioria das pessoas conhece o rio apenas de longe e é muito diferente alguém te dizer que o Sinos está poluído do que você ver com seus próprios olhos. O impacto para mudança de comportamento é forte, as pessoas mudam a forma de ver o rio”, conta.
Teixeira ainda explicou que o barco do Instituto recebe desde crianças a partir de quatro anos a adultos de qualquer idade. “Nosso foco é sempre educação ambiental, independente da idade do grupo, o que muda é a forma de fazer a abordagem. O diferencial é que ao contrário de outros locais, aqui a aula é também prática, você vive esse momento”, ressalta.
O guia do Martim Pescador Wesley, conhecido como Graxaim, explicou aos alunos através de dinâmicas, desde a chegada dos primeiros imigrantes a São Leopoldo e o início do desenvolvimento das cidades onde o rio foi e é fundamental e indispensável, ao momento que o rio vive atualmente. A mudança e extinção da fauna e flora por causa do desmatamento de mata ciliar e avanço das cidades também são questões abordadas.
A presidente do SOS Rio dos Sinos questionou os estudantes sobre qual a principal importância das águas do rio, já que é dele onde saí o abastecimento das cidades do Vale do Sinos e apresentou ações do movimento de preservação liderado por ela.
Falta de atividades
pela preservação do rio
A ambientalista se mostra incomodada com o descaso das cidades, dos governos pelo rio, já que a data é pouco lembrada. “Fiz questão de fazer este passeio de barco para marcar a data, porque ela está passando despercebida. O dia da bacia do Rio dos Sinos é
foi estabelecido em Lei Estadual e deveria constar nos calendários e cronogramas de atividades do Estado e das cidades”, pontua.
“Temos que ter coragem de voltar nossos olhos para o rio”, lembrou Dione, fazendo uma comparação de que as pessoas gostam de ter o seu aniversário lembrado e se recordam do dia dos amigos e pessoas queridas. Assim, ela lança as seguintes perguntas:
– Que presente que estamos dando ao Rio dos Sinos?
– Como podemos retribuir a água que ele fornece para manter a nossa vida?
– Será que estamos dando o devido valor a este rio?
Dione ainda menciona que as pessoas precisam se dar conta de que a água é um bem indispensável para a existência. “Desde que acordamos utilizamos água e hoje está muito fácil, você abre a torneira e ela sai. Mas e quando isso não ocorrer? Porque pode chegar o dia que não vai ter água, simplesmente porque não vai ter de onde tirar ela. Isso é muito grave”, finaliza.
Mudança de comportamento
As alunas da Eduarda Rafaela Wingert e Eduarda Maciel, que faziam o passeio no Martim Pescador, se destacam na escola Firmina Acauan pelos trabalhos ambientais que promovem. Em 2010 elas criaram o Ecoescola, que é um projeto com a missão de criar ações de preservação, como reciclagem, dentro da instituição de ensino.
As meninas lembram que fizeram a primeira navegação no Martim Pescador quando estavam na 2ª série e acreditam que foi importante para a formação da consciência ambiental delas. “Esse é o rio que abastece todas as cidades da região e as pessoas estão o desvalorizando. Não sabem utilizar corretamente a água e entre as ações que fazemos na escola buscar dar explicações e levar informação”, conta Eduarda Rafaela.
Eduarda Maciel complementa lembrando que o importante é passar a diante as informações que aprendem. “Quando aprendi que não podemos jogar o óleo de cozinha na pia, porque ela acaba no rio e é prejudicial à água, contei para a minha mãe e passamos a colocar o óleo em vidros e dar o destino correto. Se alguém mudar o comportamento por uma ação da gente já é valido”, considera.
Dia do Rio dos Sinos
Popularmente chamado de “Dia do Rio dos Sinos”, o Dia Estadual de Preservação e Conscientização da Importância da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos é estabelecido pela Lei estadual nº 12.171/2004.