Às vezes eu tento entender porque não tem o mesmo brilho o dia do homem; fico intrigado imaginando se somos uma escória ou se o mercado somente enxerga as mulheres como potencial em compra. Está certo dizer que uma mulher compra muito mais roupas, acessórios e – digamos assim – porcaria (risos) no mercado, mas será que os homens não gastam, igual, se não muito mais?
Serei alvo de flechas e, quem sabe, tiros oriundos de muitas mulheres ao lerem o acima; deixo bem claro que não estou desmerecendo-as, mas sim abrindo uma discussão mercadológica, porque mesmo sendo o dia 15 de julho, no Brasil e, 19 de novembro em muitos países, como o dia do homem, não lembro de ter visto – pelo menos – uns 10% de propagandas e manifestações como vejo em toda a época que cerca o dia da mulher: 8 de março.
Uns homens vão dizer que não querem tamanha publicidade, que preferem, estar no anonimato; outros que compram quando querem e que não precisam ser motivados a comprar como o mercado o faz nesta data, enlouquecendo as mulheres, que fazem de tudo para ter recursos ou para receberem presentes alusivos a esta data.
E agora, os homens são ou não motivados a comprar mais em determinadas datas? Tem pesquisa que diz que a compra pelos homens é mais lógica, calculada e sem excessos ou desvios, mas isto não está muito certo. Eu mesmo compro dentro da lógica, mas algumas vezes a empolgação é tanta que ultrapasso os limites e excedo o orçamento, estourando o cartão de crédito, adentrando no cheque especial. Basta estar com uma alegria excessiva, estar empolgado com uma determinada situação, que a minha carteira se abre ao mercado, gastando mais.
Tenho três filhas, as quais não percebem que quando estou empolgado, muito alegre e altamente feliz, podem conseguir mais facilmente aquilo que geralmente eu não deixaria fazer ou comprar. Não digo que agora elas vão ficar monitorando o meu estado emocional para poderem ter ou receber presentes, mas se analisarem a situação, o ambiente e o meu estado emocional, certamente que serei derrubado e não precisará de data especial ou de propaganda motivacional.
Portanto, nada contra o Dia da Mulher, porque sem elas eu não existiria. Adoro ter o meu canto, estar sozinho, mas adoro também a presença delas, na forma de companhia agradável, de companheira disposta a encarar tudo e a todos, de uma mão forte que não exija, mas sim faça a sua parte, compreendendo que se estamos juntos é para trilhar novos caminhos e reconstruir erros do passado.
Ser mulher é a dignificação da obra Divina; é a arte mais valiosa da coleção humana; é o esplendor da encarnação de um novo espírito, que ao crescer no útero materno, transforma um corpo em fortaleza. Ser mulher é poder dar vida à matéria, dedicando muito tempo ao novo ser, mas ser mulher também é estar ao meu lado, sendo parte de minha vida. É respeitar e ser respeitada. É saber dividir e ceder e jamais exigir que outro ceda para que ela – a mulher – possa ceder.
Ser mulher é muito mais do que estas palavras e as grandes mulheres sabem o que quero dizer e a estas e as demais, um grande abraço pelo dia delas.
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