Preta Gil questionou o político sobre sua reação caso seu filho namorasse uma negra; resposta vai render processo, disse a cantora pelo Twitter.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O programa CQC, da Rede Bandeirantes, exibiu na segunda-feira, dia 28, uma entrevista com o deputado federal Jair Bolsonaro (foto), do Partido Progressista (SP). Ele falou de questões como ditadura, drogas, racismo e homossexualidade.
Durante uma resposta à cantora Preta Gil, o deputado deu a entender que seus filhos não se relacionariam com negras porque foram “bem educados”. A cantora afirmou, por seu Twitter, que vai processar Bolsonaro. Mais tarde, o deputado afirmou que havia entendido que a pergunta falava sobre gays, e não negros, e disse que, se fosse racista, “não seria maluco de declarar isso numa televisão”.
Numa das respostas, disse que, por seu passado, Dilma Rousseff jamais poderia ter sido eleita presidente, e reafirmou que sente falta da época da ditadura, por causa de “pessoas sérias” como Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo. O deputado também disse que “daria umas porradas” no filho se o pegasse fumando maconha, e que não corre o risco de ter um filho gay porque sempre foi um pai “presente” e que deu uma “boa educação”.
Preta Gil foi convidada a enviar uma pergunta para o parlamentar e lhe questionou sobre como reagiria caso seu filho namorasse uma negra. Bolsonaro respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu.” A cantora Preta Gil comunicou em seu Twitter que acionou um advogado para tomar providências jurídicas contra Bolsonaro por racismo.
“Eu entendi que ela me perguntou o que eu faria se meu filho namorasse um gay (…) Se eu tivesse entendido assim (da forma como a pergunta foi feita), eu diria: ‘meu filho pode namorar qualquer uma, desde que não seja uma com o teu comportamento’.”
Preta revelou que não assistiu ao programa na Band TV e soube da repercussão pela Internet, onde também assistiu ao vídeo. Em seguida, postou no Twitter: “Advogado acionado, sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento.” E acrescentou: “Estou em paz, sei muito bem a família que tenho, o orgulho de ser negra e a consciência dos meus direitos como cidadã.” Ela é filha do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil.
Confira a entrevista veiculada no CQC:
Informações de Jornal do Brasil
FOTO: divulgação