Governos estão sendo impelidos a adotar medidas para combater o avanço da obesidade e assunto deverá ser tratado na cúpula da ONU.
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Dados inéditos da Organização Mundial da Saúde – OMS, indicam que o rápido crescimento do Produto Interno Bruto – PIB, fez com que o sobrepeso e a obesidade disparassem em países como China, Índia, África do Sul, Brasil e México.
“A forma com que calculamos o desenvolvimento econômico é simplesmente uma medida do quanto consumimos, então quanto mais você consume, mais rico você é”, disse SV Subramanian, professor de saúde da população e geografia da Universidade de Harvard. Ou seja, países que no passado enfrentavam dificuldades para alimentar a sua população, hoje lidam com problemas de natureza oposta – em um fenômeno que especialistas chamam de “dupla carga”.
No mês de setembro, líderes mundiais se encontrarão na primeira cúpula de alto nível da ONU sobre doenças não-transmissíveis, incluindo a obesidade, onde deverão adotar medidas de controle e regulamentação sobre a indústria alimentícia, assim como sistemas para identificar potenciais complicações de saúde em estágio inicial.
A obesidade pelo mundo
A prevalência da obesidade aumentou em países emergentes de forma muito mais rápida que a renda, e mais rápida do que em países desenvolvidos, ao longo das três últimas décadas.
Na China, estima-se que 100 milhões de pessoas sejam obesas, comparado a 18 milhões em 2005.
No Brasil a obesidade cresce mais rapidamente entre as crianças. Cerca de 16% dos meninos e 12% das meninas com idades entre 5 e 9 anos são hoje obesas no país, quatro vezes mais do que há 20 anos.
Um em cada sete adultos mexicanos está acima do peso, proporção que fica atrás apenas dos EUA entre as principais economias do mundo.
A África do Sul, por sua vez, tem um índice de obesidade mais alto que o dos EUA – com um PIB que é um oitavo do americano.
Apesar da relação entre o aumento da obesidade e o crescimento da riqueza há outros fatores para o crescimento tão rápido. “Vimos um aumento dramático nos níveis de obesidade em países emergentes, e este índice parece estar crescendo mais rapidamente e em meio a níveis mais baixos de PIB do que na Europa ou nos EUA há 20 ou 30 anos”, disse Tim Lobstein, da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.
No caso de países emergentes, Tim Lobstein diz que a mudança de comportamento mais importante é a assim chamada “transição da nutrição”, de uma dieta com alimentos básicos para uma dieta modernista, que consiste em alimentos de nível energético muito maior. Substituindo frutas e verduras e menos alimentos básicos como arroz e grãos, por mais gorduras, açúcares e óleo.
Apesar da demanda por calorias acessíveis e produzidas em massa disparou em países emergentes, segundo o professor Subramanian a obesidade é um fenômeno que afeta principalmente as classes mais privilegiadas em países de renda baixa e média, e até em economias emergentes.
Com informações de Agência Brasil
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