Despesa maior com transporte e manutenção faz criadores optarem por exposição na feira e vendas em suas propriedades.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Expor um animal na principal vitrine agropecuária do Estado, que começa a receber seus potenciais campeões a partir desta segunda, dia 19, requer bem além da disposição de seus criadores.
Com custos que vão do frete para transportar os exemplares até a mão de obra de tratadores, o investimento tem se justificado cada vez mais para exposição do que para negócios.
As despesas fixas para trazer um animal à feira são uma das explicações para a redução de 10% do número de animais de argola inscritos na Expointer deste ano.
“O custo para deslocar um animal para feiras tem aumentado ano a ano, reforçando uma tendência verificada não apenas aqui no Estado, mas também em eventos importantes como Feicorte (em São Paulo) e Expo Londrina — compara Honório de Azevedo Franco, chefe do Serviço de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura.”
Conforme Franco, se a perspectiva se consolidar nos próximos anos, cada vez mais os criadores irão optar por vender seus animais em remates regionais ou nas propriedades, e levar à feira somente animais selecionados. Entre as raças bovinas, a redução dos animais foi de 18%, com destaque ao hereford, que terá volume 50% menor de exemplares neste ano.
Conforme o presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford, Fernando Lopa, a redução deveu-se também ao atraso nas pastagens em razão do clima rigoroso do inverno. Para Lopa, a escolha dos criadores em participar de feiras que exigem despesas maiores é feita de acordo com o momento do mercado e a expectativa de negócios:
A redução de animais inscritos verificou-se também entre os ovinos, com texel registrando queda de 27%.
“Nosso período de maior comercialização é no verão, por isso alguns produtores preferem esperar para vender até para conseguir um preço melhor,” explica Paulo Schwab, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos – Arco.
Custo de levar um animal a esteio
— Inscrições: variam de R$150 aR$ 250 por animal
— Frete: R$3 a R$ 5,50 por quilômetro rodado. (Para cada 500 quilômetros, cobra-se em média R$ 1,5 mil para transportar até 20 animais)
— Tratador de animais: diárias custam de R$100 aR$ 150, sem contar horas extras e alimentação
— Se o animal permanecer no parque nos nove dias da feira, são mais de R$ 1 mil para um tratador, sendo que são necessárias no mínimo duas pessoas para cobrir todos os turnos
— Alimentação: por estarem longe do ambiente habitual, muitos animais precisam de alimentação adicional à ração e feno, com alguma suplementação
— Custos extra financeiros: perda de peso dos animais e estresseem bretes. Algunsbovinos rústicos chegam a perder 20 quilos no deslocamento e nos dias que permanecem no parque, por estranhar a água e o ambiente
Informações de ZH
FOTO: reprodução / Carlos Macedo / rbs