Grupo conta com dois observadores estrangeiros entre os cinco membros, mas o governo da Turquia o considera tendencioso e volta a defender investigação internacional.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Gabinete do governo de Israel aprovou, nesta segunda-feira, 14 de junho, a criação de uma comissão para investigar a operação contra uma frota que tentava levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, no último dia 31.
O grupo é presidido pelo ex-juiz da Suprema Corte israelense Yaakov Tirkel. Por pressão internacional, Israel concordou em incluir dois observadores estrangeiros entre os cinco membros do grupo: o prêmio Nobel da Paz David Trimble, ex-premier da Irlanda do Norte, e o promotor militar aposentado canadense Ken Watkin.
Os dois vão participar dos depoimentos das testemunhas e das discussões subseqüentes, mas não terão direito a voto na conclusão do inquérito. Completam o grupo o general reformado Amos Regev e Shabbtai Rosen, professor de Direito internacional.
“A decisão do governo vai tornar claro ao mundo que Israel está agindo legalmente, com responsabilidade e total transparência”, afirmou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a reunião como Gabinete.
O mandato da nova comissão, segundo um comunicado divulgado pelo governo no domingo, não parece representar uma ameaça para Netanyahu. Ele não inclui a avaliação do processo decisório do governo em relação ao ataque.
O grupo vai analisar se o bloqueio israelense à Faixa de Gaza e a interceptação da frota estão de acordo com a legislação internacional, além de investigar a ação dos organizadores da viagem e dos demais ativistas que participaram.
Como será a investigação
Os soldados e oficiais envolvidos no caso não vão testemunhar diante da comissão, que terá que usar os depoimentos dados a uma comissão militar, criada após Israel rejeitar a proposta da ONU para a realização de uma investigação internacional. Os militares têm prazo até 04 de julho para apresentar resultados. Já a comissão civil publicará um relatório final, mas o governo não deixou claro quando divulgará suas conclusões.
Segundo o comunicado do gabinete de Netanyahu, as observações da nova comissão serão apresentadas logo após serem submetidas ao governo, à exceção daquelas cuja publicação “possa causar dano substancial à segurança nacional, as relações internacionais, o bem-estar ou a privacidade de qualquer indivíduo ou os métodos operacionais confidenciais de entidades autorizadas”.
Repercussão na Turquia
Revoltado com a morte de oito turcos e um americano de origem turca durante a operação de Israel, o governo da Turquia considerou que a comissão será tendenciosa e voltou a pressionar por uma investigação internacional liderada pela ONU. Os ativistas dizem que os soldados chegaram atirando. Já Israel afirma que suas tropas agiram em legítima defesa quando foram atacadas ao tentarem entrar em um dos barcos.
Informações de O Globo
FOTO: reprodução / O Globo