Investigação da Polícia Federal aponta que Demóstenes pode ter recebido o valor de pelo menos R$ 1 milhão, o que o senador negou.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Os integrantes da CPI Mista que apura o envolvimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários aprovaram no começo da tarde esta quarta-feira, dia 30, a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, de e-mail, SMS e Skype do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
O senador é suspeito de ter utilizado o mandato parlamentar para beneficiar o esquema do contraventor. Por este motivo, o senador também responde a um processo no Conselho de Ética do Senado, que pode inclusive levar à perda do mandato.
O requerimento que quebrou os sigilos, de autoria do deputado Doutor Rosinha (PT-PR), foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares. Os integrantes da CPI também aprovaram requerimento que pede ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Coaf que sejam encaminhadas informações sobre movimentações financeiras consideradas atípicas do senador Demóstenes Torres.
A investigação da Polícia Federal aponta que Demóstenes pode ter recebido o valor de pelo menos R$ 1 milhão, o que o senador negou. Em depoimento de cinco horas no Conselho de Ética do Senado na terça-feira, dia 29, Demóstenes Torres voltou a afirmar que é amigo de Cachoeira, admitiu que o contraventor pagava sua conta de celular, mas negou que tivesse conhecimento de irregularidades cometidas pelo bicheiro.
Antes da votação da quebra de sigilos de Demóstenes, a CPI do Cachoeira adiou a votação de requerimento que pedia a quebra de sigilos do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Um pedido de quebra do sigilo telefônico e de SMS de Perillo foi colocado na pauta da comissão pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). O petista sugeriu ainda que fosse aprovado em conjunto outro requerimento, que pedia a quebra, também, da quebra dos sigilos bancários e telefônicos do tucano.
Deputados do PSDB, então, protestaram pelo fato de não serem colocados em votação requerimentos que solicitavam a quebra dos sigilos dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
Agnelo e Merconi Perillo são citados por integrantes da quadrilha de jogo ilegal comandada por Cachoeira em conversas telefônicas gravadas. Já Sérgio Cabral aparece em fotos durante uma viagem a Paris ao lado do presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish. De acordo com a Polícia Federal, a Delta transferiu recursos a empresas fantasmas do grupo de Cachoeira.
Informações de Veja
FOTO: Pedro França / Agência Senado