Depois de terminar o primeiro tempo perdendo por 2 a 0, Tricolor faz 4 a 3 no Santos no Estádio Olímpico e agora pode empatar na Vila Belmiro semana que vem para ser finalista.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Os Meninos da Vila fazem muitos, mas também levam muitos gols. Quem não ouviu essa frase antes do jogo entre Grêmio e Santos pelas semifinais da Copa do Brasil?
Se você não ouviu, ouvirá a partir de agora. O Tricolor gaúcho fez 4 a 3 no Peixe nesta quarta-feira, dia 12, e leva a vantagem do empate para o jogo de volta na Vila Belmiro, na semana que vem. Aos santistas fica a esperança de chegar à final com uma vitória simples: 1 a 0, por exemplo. E tem a volta de Neymar, que cumpriu suspensão…
Enganam-se, no entanto, os que pensam que a previsão de muitos gols se confirmou ao natural. Foi um jogo eletrizante! Os donos da casa terminaram o primeiro tempo perdendo por 2 a 0, desperdiçaram pênalti e viram o goleiro adversário se consagrar com defesas milagrosas. As emoções mais fortes estavam reservadas para a etapa final.
Agora, uma pausa na Copa do Brasil. Pelo Brasileirão os compromissos são neste domingo, 16. O Grêmio recebe o Corinthians, no Estádio Olímpico, e o Santos também joga em casa, contra o Ceará, na Vila Belmiro. Ambos entram em campo às 16 horas.
O Jogo
O Grêmio tinha muitos desfalques. Silas, então, resolveu improvisar Hugo na ala-esquerda no esquema 3-5-2. Tentava segurar Ganso, Robinho e André e proteger o zagueiro Rodrigo, que entrou em campo pendurado com dois cartões amarelos.
O técnico gremista não contava era com as travessuras dos Meninos da Vila. Os visitantes surpreenderam, com toques rápidos e marcação forte, imprimindo o seu ritmo. Atacavam constantemente e o gol era questão de tempo. Afinal, o Santos marcou em todos os jogos da temporada. O temido cartão amarelo de Rodrigo também não demorou, aos 13 min, cometeu falta em Paulo Henrique Ganso e foi punido. Fica fora do jogo de volta.
Por ironia do destino, o primeiro gol santista saiu com uma arma muito utilizada pelos gremistas. Não foi com velocidade, mas com bola parada. Aos 15 min, Marquinhos cobrou escanteio na segunda trave e André apareceu como um raio para, de cabeça, abrir o placar, sem marcação. Victor falhou ao não interceptar o cruzamento e a zaga ao não marcar o centroavante.
Cinco minutos depois, aí sim aquele futebol alegre, de toque de bola e qualidade, faria diferença. Ganso dominou na intermediária e colocou o centroavante André na cara de Victor. O camisa 9 só teve o trabalho de desviar do goleiro para ampliar a vantagem dos Meninos da Vila.
Quando a goleada parecia inevitável, Willian Magrão sofre pênalti, aos 23 min. Quem bate? O artilheiro tricolor na temporada. Jonas foi para a cobrança e Felipe pegou. Era o primeiro da série de milagres do goleiro santista. Adilson, Edílson, Borges… Todo mundo parou nas mãos dele. O Santos teve ainda uma chance com Ganso, que, na genialidade, superou Victor, não a trave.
SEGUNDO TEMPO – Na etapa final o Grêmio não tinha outra alternativa: era roubar o doce dos Meninos da Vila ou viajar na semana que vem apenas para se divertir com eles no playground de Santos. As duas equipes voltaram sem alterações na formação. Só que na atitude, a mudança ficou evidente. O time de Silas, mesmo perdendo, passou a se impor em campo. Os comandados de Dorival Junior recuaram.
Agora, era o gol gremista que se desenhava. Dorival contribuiria. Retirou o meia Marquinhos, aos 11 min, e colocou o volante Rodrigo Mancha. Azar para o Peixe. No primeiro lance, Mancha falhou e Borges não perdoou. De pé esquerdo, o atacante finaliza e finalmente consegue vencer o goleiro Felipe, aos 12 min. A torcida quase pôs o Olímpico abaixo.
Sob pressão, Rodrigo Mancha – de novo ele – tenta sair jogando pelo meio de campo e perde a bola para Douglas. Rapidamente, o meia gremista aciona Jonas na direita, que põe Borges na frente de Felipe. O camisa 9 só completa para as redes, ao 28 min. O empate já era um grande resultado.
Dorival Junior retira Rodrigo Mancha 10 minutos depois de promover sua entrada e coloca o meia Rodriguinho, mais ofensivo. Na saída de campo, o volante já mostrava o seu descontentamento e sua reação na casamata foi ainda pior. Socou várias vezes o banco de reservas, externando a indignação pelos erros.
Mancha não era o único problema do Santos. Tinha o ímpeto do Grêmio também. Jonas perdeu pênalti, é verdade. Porém, foi decisivo. Arriscou da intermediária aos 22 min e acertou o ângulo esquerdo de Felipe, que, mais uma vez, não foi capaz de repetir os milagres do primeiro tempo. Uma virada épica.
Aos 31min, o Estádio Olímpico explodiria de vez. Jonas lança Borges dentro da área, a zaga pede impedimento e o atacante toca, com categoria, na saída de Felipe. Muita dancinha na comemoração, avalanche nas arquibancadas e 4 a 2 no placar. Alguém poderia imaginar. Nem o golaço de Robinho aos 37 min, em grande jogada de Paulo Henrique Ganso, para variar, conteve a alegria que irradiava de Porto Alegre para o Brasil depois do “jogo do ano”. Final, 4 a 3.
Ficha técnica
Grêmio (4): Victor, Edílson, Ozeia, Rodrigo e Mário Fernandes (Joilson); Adilson, Willian Magrão (Fábio Rochemback), Hugo e Douglas; Jonas e Borges. Técnico: Silas
Santos (3): Felipe, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Wesley, Marquinhos (Rodrigo Mancha) (Rodriguinho) e Paulo Henrique Ganso; Robinho e André. Técnico: Dorival Júnior.
Gols: André, aos 15 e aos 20 do primeiro tempo. Borges, aos 12, aos 18 e aos 30, Jonas, aos 22, Robinho, aos 37 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Rodrigo, Ozeia e Hugo (Grêmio); Durval, Robinho e Marquinhos (Santos)
Estádio: Olímpico, Porto Alegre. Data: 12/05/201. Árbitro: Sandro Meira Ricci/DF. Auxiliares: Roberto Braatz/PR e Enio Ferreira de Carvalho/DF.
Semifinais da Copa do Brasil
Grêmio 4 x 3 Santos
Atlético-GO 1 x 0 Vitória
—
FOTO: reprodução / gremio.net