Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apresenta estudo que aponta comparações de junho de anos de Copa com o mesmo mês em outros anos.
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A Copa do Mundo contribuiu para a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, que em junho fechou sem variação na comparação com maio.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em anos de Copa os resultados de junho costumam apresentar patamares menores que em meses de junho dos anos imediatamente anteriores.
Em 1998, quando a Copa foi disputada na França, entre 10 de junho e 12 de julho, o IPCA de junho ficou em 0,02%, contra 0,54% em junho do ano anterior e 0,50% em maio.
Em 2002, quando a Copa aconteceu no Japão e na Coréia do Sul, o período de competição, de 31 de maio a 30 de junho, contribuiu para que o resultado de maio já apresentasse patamares mais baixos, de 0,21%, enquanto em junho houve alta de 0,42%. Naquele ano, os meses de maio e junho tiveram o menor resultado entre todos os meses de 2002.
Em 2006, com a Copa na Alemanha entre 9 de junho e 9 de julho, a queda de 0,21% em junho significou a última deflação do índice. Agora, o resultado de 0% em junho de 2010 aponta para o menor patamar desde a Copa da Alemanha.
Motivações
“Buscamos entender o porquê da desaceleração do IPCA, já que a renda está em alta e a economia aquecida. Parte do orçamento vai para a Copa e as pessoas ficam menos interessadas na compra de outros produtos, o que leva a promoções no varejo”, explicou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Segundo ela, o comportamento motivado pela Copa também influencia na trajetória de alimentos. Em junho, o grupo alimentação e bebidas recuou 0,90%, com contribuição negativa de 0,20 ponto percentual para o IPCA do mês. O resultado foi o menor para qualquer mês desde o recuo de 1,28% de junho de 1999.
“Os alimentos em geral também sofreram influência da Copa”, destacou Eulina, lembrando que mesmo as carnes, mais procuradas por conta de churrascos em dia de jogos, mostraram queda de 0,55%, nesse caso influenciadas pela maior oferta em conseqüência das restrições para exportação para os Estados Unidos. “Os feriados e viagens modificam também os hábitos alimentares”, acrescentou.
A exceção ficou por conta das passagens aéreas, que subiram 12,57% em junho, depois de uma baixa de 0,90% em maio. Para Eulina, a Copa e as férias de meio de ano contribuem para a alta das passagens.
Informações de portal UOL
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