O projeto que deve tratar 80% do esgoto de Novo Hamburgo terá início assim que a Comitiva escolher qual o sistema de tratamento mais sustentável para a cidade.
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A comitiva formada pela Prefeitura, Comusa – Serviços de Água e Esgoto e Universidade Feevale conheceu os sistemas de saneamento da Espanha desde sábado, 10 de setembro, até esta terça-feira, 13. A meta da comitiva é implantar um procedimento econômico e sustentável para o futuro procedimento.
Segundo o prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann, todas as Estações de Tratamento de Esgoto – ETEs até agora deixaram impressões positivas. “Fizemos um longo roteiro e passamos por diversas unidades que funcionam por meio de juncos, todos atendendo plenamente as exigências de tratamento”, explicou o prefeito. Este sistema foi anteriormente apresentado no Seminário Sistemas de Tratamento de Esgoto Sanitário e Destinação de Resíduos Sólidos – Alternativas Tecnológicas na Universidade Feevale.
Uma das estações visitadas foi na cidade de Garbayuela e outra em Los Corjitos, que tem os equipamentos mais avançados tecnologicamente. Outro sistema foi conferido pelas autoridades fica a 30 quilômetros do Centro de Madri e foi construído dentro de uma área de escola infantil, que trata o esgoto da própria escola. “Essa é de natureza demonstrativa, mas prova que este sistema não gera moscas, mosquitos ou mau cheiro. Os juncos existem de fato no Brasil e por isso não haveria problemas de adaptação de espécies”, afirma Tarcísio.
A comitiva conta com o auxílio de uma equipe técnica formada por engenheiros da Comusa e seu diretor-geral, Mozar Dietrich, pelo secretário de Meio Ambiente, Ubiratan Hack, e por professores da Universidade Feevale para avaliar detalhadamente os sistemas e sua tecnologia. “O grupo está bastante entusiasmado com o que foi visto e há grande expectativa para as próximas visitas”, afirma o prefeito, que visita nesta terça-feira a cidade de Tres Cantos-Ciudalcampo e que embarca para a Holanda nesta quinta-feira, 15.
Entenda como vai funcionar a obra de saneamento
As obras de saneamento iniciaram em março deste ano e até agora trataram 2% do esgoto. Estas obras obras terão o maior investimento da história do Vale do Sinos com R$ 150 milhões investidos pela Prefeitura de Novo Hamburgo juntamente com a Comusa em recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com 10% de contrapartida.
A primeira etapa da obra será a construção de uma rede coletora de esgoto, interceptores mistos, a Estação de Bombeamento de Esgoto, no bairro Santo Afonso, e linha de recalque de esgoto, que são tubulações que interligam a estação de bombeamento à Estação de Tratamento de Esgoto. O novo sistema instalado tratará 590 litros de água por segundo, devolvendo ao Rio dos Sinos uma água mais limpa que a sua atual água.
A área de Novo Hamburgo foi dividida em três para a formulação do projeto: a do Arroio Luiz Rau no Centro, a do Arroio Pampa no Leste e a do Cerquinha no Oeste. O Arroio Luiz Rau, também conhecido como Arroio Preto, é o maior arroio e também o mais poluído. Um dos objetivos da obra é devolver o arroio limpo à cidade, inclusive, com condições para vida aquática. Somente com a obra do Arroio Luiz Rau concluída, 50% do esgoto da cidade já está tratado.
Maior motivo da obra: cuidar do meio ambiente
O esgoto gerado na cidade é despejado nos arroios e estes arroios chegam ao Rio dos Sinos. Sem o tratamento adequado, os resíduos de esgoto causam a disseminação de doenças, mortes em peixes, desequilíbrio ecológico e agravamento do problema de escassez de água com boa qualidade. Os arroios são grandes receptores de esgoto nos centros urbanos.
Por conta destes graves problemas ao meio ambiente e, como consequência, às pessoas, tratar o esgoto é a melhor opção para evitar gastos com saúde futuramente. Cada real investido no saneamento economiza quatro reais gastos em saúde no futuro, além disso, a qualidade de vida irá melhorar após o tratamento do esgoto do Rio dos Sinos, que é conhecido como um dos rios mais poluídos do Brasil.
Investimentos no saneamento
Tratamento de esgoto sanitário da bacia do Arroio Luiz Rau:
Total: R$ 65,6 milhões
Habitantes beneficiados: 130 mil
Tratamento de esgoto sanitário da bacia do Arroio Pampa:
Total: R$ 58,2 milhões
Habitantes beneficiados: 75 mil
Total Esgoto: R$ 123,8 milhões
Nova captação e adução de água bruta:
Total: R$ 26,5 milhões
Habitantes beneficiados:237 mil
Total Geral: R$ 150,3 milhões.
Informações de PMNH
FOTO: divulgação / PMNH