Objetivo é reconhecer trabalho de pessoas e entidades que lutam pela defesa dos direitos dos negros e pelo combate ao racismo e preconceito étnico-racial.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A noite desta terça-feira, dia 19, foi de homenagem no Legislativo Hamburguense. Por iniciativa do vereador Gilberto Koch (PT), foi entregue,em Sessão Solene, o Prêmio Sebastião Flores.
Premiadas as seguintes categorias: Preservação e Memória; Educação; Ação Social; Cultura; Trabalho; Esporte; e Personalidade Negra. O objetivo do Sebastião Flores é reconhecer e valorizar o trabalho de pessoas e entidades que lutam pela defesa dos direitos dos negros e pelo combate ao racismo e preconceito étnico-racial, além de promover e incentivar ações da sociedade civil em defesa dos direitos humanos e pela igualdade racial. O evento lotou o plenário.
Estavam presentes o secretário Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Danilo de Oliveira, a primeira dama de Novo Hamburgo, Jorgia Seibel; o coordenador de Políticas Públicas e de Igualdade Racial, Eduardo Gomes da Silva – Tamboreiro; e os vereadores Enfermeiro Vilmar (PR), Luiz Fernando Farias (PT); Gerson Peteffi (PSDB); e o Professor Issur Koch (PP). O presidente da Casa, Antonio Lucas (PDT), justificou a ausência, por meio de ofício, e parabenizou os destaques.
Homenageados
– Destaque na categoria Preservação e Memória: Memorial Sebastião Flores – Pai da Protegidos, representado por Lana Flores.
Lana agradeceu a Câmara pela homenagem e aos negros que lotaram o plenário. “A gente pode ocupar todos os espaços. Meu pai era um filósofo. Ele dizia que ganhar reconhecimento é melhor do que ganhar dinheiro. Para o negro ser reconhecido é uma honra. Ganhei dois prêmios essa noite, o do Memorial e o nome do prêmio em homenagem ao meu pai”, ressaltou. Ela falou que se sente na obrigação de guardar a história da Protegidos. “O memorial tem toda a história da Protegidos e de todos que passaram por ela. É humilde, mas tenho o maior carinho por esse espaço.”
– Destaque na categoria Educação: Maria Ester Martins do Nascimento
Maria ressaltou que há 27 anos trabalha na rede pública de Novo Hamburgo. Destacou que sempre as questões étnico-raciais a inquietavam. “Receber esse prêmio é uma grande honra pelo trabalho desenvolvido. Há educadores que acreditam, assim como eu, que é preciso ensinar o respeito às diferentes”, disse ao citar Mandela. Contou um pouco mais sobre os projetos desenvolvidos em sala de aula, como o de Hip Hop e Viagem a África – Moçambique. Agradeceu a todos que, de diferentes formas, tem ajudado na sua trajetória.
– Destaque na categoria Ação Social: Nelci Vieira da Silva
Nelci disse ser uma honra o prêmio. “Nós não éramos lembrados. Quando vim pela primeira vez para Novo Hamburgo fiquei com medo, porque achava que era só branco. Hoje, é a cidade que mais gosto. Quero agradecer a todos que ajudaram na minha caminhada”, disse.
– Destaque na categoria Cultura: Carlos Alberto de Oliveira – Carlão (em memória), representado pelo seu filho Ezequiel de Oliveira
Ezequiel disse que será feito um museu onde será exposto o trabalho de seu pai e agradeceu a todos pelo reconhecimento.
– Destaque na categoria Trabalho: Jair Xavier dos Santos
Santos falou que, em muitos casos, as cidades se dizem de descendência germânica, mas que todas têm a presença do negro ajudando na construção da história. “Sozinho não estaria aqui sendo homenageado hoje, tive o apoio de muitos para a realização de todo o trabalho.” Disse que é preciso discutir a negritude não só na Semana de Conscientização Negra, em novembro, mas todos os dias.
– Destaque na categoria Esporte: Itamar Maia da Silva
Itamar da Silva disse estar muito feliz pelo recebimento do prêmio. Agradeceu todos os negros e brancos presentes, porque perante Deus são todos iguais. “Somos uma família e precisamos nos dar como irmãos. Esse prêmio é de todos nós que lutamos e sofremos, mas que temos sempre a esperança de vencer.”
– Destaque na Categoria Personalidade Negra: Mauro José da Silva
Mauro da Silva agradeceu os idealizadores da premiação. “Toda caminhada não é solitária, mas em conjunto, como bons descendentes de africanos. Toda vitória é reflexo de uma luta coletiva.” O primeiro dever de uma pessoal, disse, é com a gratidão. “Esse prêmio é de todos os homens e mulheres que durante todos esses anos lutaram, a sua maneira, contra a visibilidade e a imagem deturbada dos negros.”
Comissão julgadora
Compõe a Comissão um representante da coordenadoria de Políticas Públicas de Promoção de Igualdade Racial; um representante da Câmara Municipal de Novo Hamburgo; um representante da secretaria Municipal de Cultura; um representante da secretaria Municipal de Educação; e um representante da secretaria Municipal de Esporte e Lazer.
Informações de CMNH
FOTO: reprodução / Daniele Souza / CMNH