Descoberta é um grande feito dos cientistas brasileiros, uma vez que a doença tem potencial para atingir 800 milhões de pessoas expostas aos riscos de contágio no Brasil, nos países africanos e na América Central.
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O Brasil criou e vai produzir a vacina contra esquistossomose, doença crônica causada pelo parasita Schistosoma encontrado em áreas sem saneamento básico.
A Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, divulgou nesta terça-feira, dia 12 no Rio de Janeiro, os resultados dos testes clínicos de segurança da vacina desenvolvida pelo Laboratório Esquistossomose Experimental do Instituto Oswaldo Cruz – IOC/Fiocruz.
De acordo com a avaliação feita, a descoberta, é um grande feito dos cientistas brasileiros, uma vez que a doença afeta 200 milhões de pessoas em áreas pobres e tem potencial para atingir um universo de 800 milhões de pessoas expostas aos riscos de contágio no Brasil, nos países africanos e na América Central.
A esquistossomose é considerada pela Organização Mundial da Saúde – OMS como a segunda doença parasitária mais devastadora, atrás apenas da malária. “É uma doença dos países pobres, associada à miséria”, resume Miriam Tendler, chefe do Laboratório Esquistossomose Experimental. Segundo a pesquisadora, além de eficiente, “é uma vacina segura”. Os testes em larga escala serão feitos no Brasil e na África.
As pesquisas para produção da vacina contra esquistossomose tiveram início em 1975 na Fundação Osvaldo Cruz. Na primeira década, os cientistas brasileiros conseguiram identificar o princípio ativo que poderia exercer efeito farmacológico contra o parasita. Na segunda década, foi identificada a proteína (S14), também presente em outros parasitas. Essa constatação dá a possibilidade de se produzir uma vacina polivalente.
A esquistossomose, também conhecida no meio científico como bilharzíase, é causada por seis espécies do parasita Schistosoma. O ciclo típico da doença tem início com a contaminação da água por fezes humanas infectadas com ovos do parasita transformados em miracídios. Essas larvas contagiam caracóis, se multiplicam, voltam à água e infectam as pessoas pela pele.
As pessoas contaminadas podem sentir dores de cabeça, fraqueza, falta de ar, dor abdominal, diarreia e tosse com sangue. A doença pode afetar o fígado, os rins, a bexiga, os pulmões, a medula e o cérebro e levar à morte. O tratamento é feito com medicamentos antiparasitários. Mesmo após o tratamento é possível nova contaminação.
Informações de Agência Brasil
FOTO: ilustrativa / medicosbemviver