Italiano, centro de polêmica diplomática, é grato ao governador gaúcho por tê-lo acolhido quando Itália pedia sua extradição.
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O ex-ativista político Cesare Battisti participou de um evento do Fórum Social Temático no Palácio Piratini nesta terça-feira, dia 24, pouco mais de seis meses após deixar a penitenciária da Papuda, em Brasília, depois de ser o centro de uma polêmica diplomática entre Brasil e Itália.
Battisti afirma que pretende se estabelecer definitivamente no Brasil e frisou o papel do governador Tarso Genro na sua permanência no país durante entrevista ao jornal Zero Hora. O italiano manifestou sua gratidão a Tarso, que o acolheu quando era ministro da Justiça do Governo Lula, no período em que a Itália pedia ao Brasil a extradição do ex-ativista. Ele disse estar feliz por finalmente poder apertar a mão do governador e lhe agradecer pessoalmente.
O autor de Ao pé do muro, romance que pretende divulgar na quinta-feira, 26, disse que vai ficar em Porto Alegre até sábado, 28. O ex-ativista, que se mudou recentemente para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar em uma livraria, afirmou ter gostado da capital gaúcha. Seu livro, que fala de prisioneiros, não é autobiográfico e se trata de ficção, porque “a verdade seria muito pesada”, segundo Battisti.
EXTRADIÇÃO – Condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana por homicídios cometidos na época em que participava de um grupo de esquerda na década de 70, o ex-ativista teve o pedido de extradição negado pelo ex-presidente Lula no final do seu segundo mandato. O governador Tarso Genro frisou que considera acertada a decisão de não extraditar Battisti, pois, segundo o governador, fazer isso seria entregar o ex-ativista a um governo corrupto.
Informações de Zero Hora
FOTO: Vinicius Roratto / Correio do Povo