A produção, especialmente das marcas mais caras, não acompanhou o crescimento de cerca de 30% de consumo no último ano e supermercados temem que as fábricas não atendam a demanda do verão
Da Redação – [email protected]
Além da falta sentida em bares e restaurantes, as cervejas, principalmente as mais caras como Bohemia, Brahma Extra e as cervejas de latão começam a falta nas prateleiras dos supermercados. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados, o consumo da bebida aumentou cerca de 30% no último ano.
Com a chegada do verão, onde há aumento da procura pela bebida, existe o receio de que as fábricas não consigam atender a demanda, segundo o gerente executivo da Associação Gaúcha de Supermercados, Francisco Schmidt.
Schmidt explica que as cervejas populares ainda não registram problemas de abastecimento, mas que a chegada do calor e aumento do consumo pode complicar a situação, afetando também outros produtos.
A AmBev já se pronunciou através de nota, garantindo que está estruturada para fazer o abastecimento da bebida, mas que por questões de complexa logística, podem ocorrer eventuais faltas de produtos em casos pontuais.
Os empresários de mercado acreditam que a empresa está dando preferência de abastecimento para as marcas populares para não perder mercado para as concorrentes Kaiser e Nova Skin. Ainda, que não está conseguindo acompanhar o crescimento da demanda. O aumento do poder aquisitivo do brasileiro é apontado como um segundo motivo, que passou a optar por cervejas de maior preço.
AUMENTO DE PREÇO – O crescimento do consumo é se reflete no preço da bebida, segundo a Fundação Getúlio Vargas, a cerveja está mais cara do que um ano atrás. A inflação em Porto Alegre foi de 3,11% nos últimos 12 meses. O chopp e cerveja vendido em bares e restaurantes teve reajuste de 18,56%. A cerveja para levar sofreu aumento de 7,47%.
DETERMINAÇÃO – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica determinou que a Cervejaria Ambev suspensa a venda de cerveja em garrafas de 630 mililitros, adotadas pelas marcas Skol, no Rio de Janeiro, e Bohemia, no Rio Grande do Sul. Aqui no Estado, o prazo é 60 dias.
Outras fabricantes de cerveja reclamam desde 2008 que a garrafa fora do padrão de 600ml impedia novo uso do vasilhame.
INVESTIMENTOS – A Ambev teve lucro líquido R$ 1,81 bilhão no terceiro trimestre do ano. 47,5% acima do valor do mesmo período de 2009. O volume total de vendas de cerveja no Brasil chegou a 20,3 milhões de hectolitros no terceiro trimestre, avanço de 12,5%. Segundo a empresa, o bom desempenho se deve em boa parte à atuação nas Regiões Norte e Nordeste.
Os investimentos da Ambev no Rio Grande do Sul em 2010 somam R$ 152 milhões, destinados à ampliação da filial Águas Claras do Sul, em Viamão.
Informações ClicRBS