Prefeito de Porto Alegre entregou cinco projetos. Ministro do Esporte diz que todos os estádios estarão prontos até 2013.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A partir desta sexta-feira, dia 16, começa a contagem regressiva de mil dias para a abertura da Copa do Mundo de 2014, sediada pelo Brasil. Em Porto Alegre, o marco foi uma cavalgada entre o estádio Beira-Rio e o parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
No mesmo local em que se encontra o Acampamento Farroupilha, o prefeito José Fortunati realizou a entrega oficial para a Caixa Econômica Federal de cinco projetos que integram as ações de preparação da cidade para a Copa. Os documentos são referentes às obras de mobilidade urbana que trarão melhorias para as avenidas Tronco e Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), além do viaduto da Rodoviária, da duplicação da Voluntários da Pátria e do corredor de ônibus da avenida Bento Gonçalves.
Em mil dias, o Brasil precisa estar pronto para receber a Copa do Mundo. Diante da pressão e olhares internacionais críticos ao ritmo dos preparativos, Orlando Silva, ministro do Esporte, disse nesta quarta-feira, 14, que as obras nos estádios de todas as 12 cidades-sedes já começaram. “Nove dos doze estarão prontos até 2012 e todos os demais serão finalizados até 2013″, afirma.
Só para esse setor, o Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES colocou R$ 400 milhões à disposição de cada cidade-sede. Até agora, o banco já liberou R$ 2,3 milhões para serem usados na construção e reformas de estádios, segundo números do governo. No ranking das obras mais caras, a reforma do Maracanã aparece em primeiro lugar: R$ 931 milhões. Em segundo, vem o Itaquerão, com construção estimada em R$ 820 milhões.
Oito aeroportos estão com obras em andamento
e custo total pode passar de R$ 113 bilhões
Sobre as obras de infraestrutura, outro item controverso na agenda governamental pré-Copa, Wagner Bittencourt, secretário da Aviação Civil, anunciou um reforço financeiro para a modernização dos aeroportos. O investimento para reformas nos terminais saltou de R$ 5,6 bilhões para R$ 6,4 bilhões.
Dos 13 aeroportos listados para receber visitantes do mega evento esportivo, oito estão com obras em andamento, com financiamento 100% estatal. Somente em Viracopos, na cidade de Campinas, as melhorias já foram finalizadas, diz o governo.
Embora o governo brasileiro fale em R$ 23,4 bilhões, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base – Abdib estima uma cifra bem superior para os custos da Copa: R$ 113,26 bilhões. O órgão de classe mantém, desde 2008, uma cooperação técnica com o governo federal e com a Confederação Brasileira de Futebol – CBF.
Em março de 2009, a Abdib entregou aos parceiros o estudo que conduziu nas 12 cidades-sedes, onde foram identificados 872 projetos, informou Paulo Godoy, presidente da associação. As áreas analisadas, no entanto, compreendem nove segmentos, incluindo rede hospitalar, segurança pública, saneamento básico e rede hoteleira.
Procurador-geral da República cita exemplo de
gastos com o Pan de 2007, no Rio de Janeiro
O chamado Regime Diferenciado de Contratações, criado por meio de Medida Provisória, flexibiliza as regras de licitação para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, levantou uma onda de protestos.
Na semana passada, Roberto Gurgel, procurador-geral da República, entrou com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei no Supremo Tribunal Federal – STF, alegando que a lei põe em risco o patrimônio público e a segurança jurídica para a realização das obras.
“O Ministério Público não quer inviabilizar a Copa, mas quer que o evento se realize sem grandes prejuízos ao erário”, declarou Gurgel em visita ao Senado.
O procurador lembrou experiências caras na história recente do Brasil. “Por ocasião dos Jogos Pan-Americanos de 2007, a União, o Estado e o município do Rio de Janeiro não conseguiram se organizar e identificar as obras e serviços que deveriam ser realizados. Essa foi uma das razões para que o orçamento inicial do evento, de R$ 300 milhões, tenha sido absurdamente ultrapassado, com um gasto final da ordem de três bilhões de reais”.
O ministro do Esporte não vê risco algum. “Temos convicção da constitucionalidade do Regime Diferenciado de Contratações. Ele representa a modernização das compras governamentais e será uma boa experiência a médio prazo, podendo ser generalizado para outros setores”, disse em Brasília.
Informações de ZeroHora.com e portal Terra
FOTO: Arthur Puls / Correio do Povo