Ambos se recusaram a falar sobre o suposto crime contra Eliza Samudio; Zico, Patrícia Amorim, Paulo Victor, Léo Moura e Álvaro prestaram depoimento.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Mesmo tendo se recusado a falar sobre o crime a que responde pelo seqüestro de Eliza Samudio em juízo, Macarrão pediu a palavra na audiência desta sexta-feira, dia 17, e disse não estar mais agüentando a situação.
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Goleiro e Macarrão depõem nesta sexta-feira
“Estamos presos há 70 dias e Bruno já tentou se matar várias vezes. É só isso o que tenho pra dizer. O que tinha pra falar, eu já disse na delegacia”, resumiu o amigo do goleiro, após a saída do atleta da sala, que também se recusou a falar sobre a acusação em juízo.
As informações foram passadas pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio. A audiência acontece no Fórum de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Bruno e Macarrão estão presos desde julho, e devem responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, seqüestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Eles negam o crime.
SUICÍDIO – O advogado dos dois, Ércio Quaresma, afirmou que só soube das tentativas de suicídio de Bruno horas antes da audiência, por Macarrão. Segundo o advogado, o goleiro e o amigo estão presos na mesma cela e Macarrão foi quem impediu Bruno de se matar.
“Se ele tinha aparência de tranqüilidade de antes das acusações, essa tranqüilidade não existe mais. Este é o nono desmaio que ele sofre desde que foi preso. Macarrão o pegou fazendo uma teresa (uma espécie de corda com tecidos ou roupas amarrados) para se enforcar”, contou Quaresma, que afirmou que vai pedir a assistência de um psiquiatra para o atleta na prisão.
Testemunhas
Antes de Bruno e Macarrão se negarem a falar em juízo nesta sexta, os depoimentos das testemunhas de defesa duraram 1h40min.
Entre os depoimentos mais curtos está o de Zico, que falou por apenas 10 minutos e contou que teve contato com Bruno por apenas 10 dias e que ele apresentava uma conduta normal. O ex-craque disse ainda que só ficou sabendo do envolvimento do jogador com Eliza e da declarações ofensiva às mulheres pela imprensa.
Já Patrícia Amorim falou por 17 minutos. Entre outras coisas, ela afirmou que Bruno está com o contrato suspenso aguardando o final dos processos a que ele responde na Justiça, mas que, mesmo se for absolvido, ele não voltará a jogar pelo Flamengo.
“Passei a ter contato com o Bruno quando assumi (a presidência do Flamengo), em janeiro. (Ele) Sempre cumpriu as determinações do clube, mas quando fazia alguma coisa errada, eu o advertia pessoalmente, como fiz no caso daquela entrevista (em que pergunta “quem nunca bateu em mulher?”). Ele era o capitão do time e, nessa posição, era o porta-voz da diretoria para falar com os outros jogadores. Quando alguém tinha que ser advertido era ele que falava com os jogadores.”
O goleiro do Flamengo Paulo Victor também prestou depoimento nesta sexta. Ele afirmou que conheceu Eliza numa festa em que ela estava acompanhada de Bruno e admitiu que, no evento, havia pessoas nuas pela casa.
Ele, no entanto, negou que tenha emprestado seu carro para que o amigo a levasse para Belo Horizonte. O atleta confirmou ainda que Bruno e Eliza namoravam, mas que não costumavam sair juntos com muita freqüência.
O lateral Léo Moura falou ao juiz por 12 minutos. Ele afirmou que só podia falar do ex-colega de time sob o aspecto profissional e que sabia apenas que Bruno, Adriano e Wagner Love eram amigos dentro de campo. Segundo o jogador, ele conheceu Macarrão apenas quando ele esteve no clube acompanhando os treinos.
Já o zagueiro e ex-jogador do Flamengo, Alvaro disse que Eliza era conhecida no Brasil e até na Europa por vários jogadores, e que chegou a ouvir que Bruno era mulherengo, mas não sabe dizer se ele saía com mulheres de programa.
Mal estar
O goleiro Bruno passou mal no início da tarde desta sexta-feira, no fórum. Uma ambulância chegou ao local para atendê-lo. Segundo o Tribunal de Justiça, ele sofreu uma queda de pressão e chegou a desmaiar na cela, antes de entrar na sala de audiência.
A mãe de Eliza Samudio não conseguiu assistir à audiência. Sônia Samudio teve uma crise nervosa ao ficar cara a cara com o goleiro na sala de audiência e saiu chorando.
Mais cedo, ao chegar ao fórum, o advogado do jogador, Ércio Quaresma, disse que seu cliente estava disposto a fazer o exame de DNA para saber se o filho de Eliza Samudio é de Bruno.
“É uma estratégia para diminuir a pena dele, querem passar uma imagem de bom moço do Bruno. Mas, com certeza, ele será condenado”, disse o promotor Eduardo Paes.
Informações de portal G1
FOTO: reprodução