Em conversa gravada durante o vôo que levou Bruno para Minas Gerais, depois de preso, ele fala sobre como conheceu Eliza e como o amigo Macarrão está envolvido.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
No último domingo, dia 18, o programa Fantástico, da Rede Globo, transmitiu uma conversa informal do goleiro Bruno a respeito de Eliza Samudio, desaparecida desde 04 de junho.
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A conversa foi gravada durante o vôo que transferiu o jogador do Rio de Janeiro para Minas Gerais, na noite de 08 de julho. Este é o único relato do atleta sobre o desaparecimento da moça; sob orientação do advogado, Bruno não prestará depoimento, falará apenas em juízo.
Confira trechos das declarações de Bruno:
Sobre como conheceu Eliza: “A história com essa Eliza começou lá na casa do Paulo Victor. Hoje, é o segundo goleiro do Flamengo. Começou lá na casa dele. Estava ela e mais quatro garotas. Conheci numa ‘suruba’, numa orgia, conheci essa garota. Estava ela e mais quatro amigas, eu com meus amigos. Nesse dia, aconteceu. Ela ficou comigo e com vários amigos também. Mas ela fala que o filho é meu. Só fiquei com ela essa vez, coisa de 20 minutos”.
Sobre possibilidade de assumir a paternidade do filho de Eliza: “É isso que eu estava tentando fazer, eu estava tentando, igual eu falei com ela: ‘Eliza, onde come um, comem dois. Onde comem dois, comem quatro’. Se o filho é meu… Eu quero mais que… Para mim, estava tranqüilo”.
Dizendo ser vítima de uma armação de Eliza: “Porque assim, você vendo os anos de lá atrás, lá no começo, a pessoa (Eliza) chegou falando que eu seqüestrei, tentativa de aborto, não sei o que mais. De repente, ela deixa uma carta com a amiga falando que se acontecesse qualquer coisa com ela, a culpa seria minha. Então, quer dizer, faz de mim o principal suspeito”.
Sobre a relação de Macarrão com Eliza: “Eu assim tinha conversado com ela através dele (Macarrão), porque eu não conversava mais com ela. Não conversava mais com ela, não tinha quase contato nenhum com ela. Através dele eu fazia meus negócios. O negócio é o seguinte, vamos fazer o DNA, você prova que o filho é meu e eu vou assumir minha parcela de pai, que eu já tenho duas. Onde comem uma, duas, comem três, quatro. Eu tenho que assumir, se ele é meu filho, eu quero cuidar”.
Pensão para Eliza: “A gente estava negociando a pensão. Eu tinha feito um acordo com ela que eu ia pagar para ela R$ 3,5 mil, mais o aluguel do apartamento. Daria um total de R$ 6 mil. Para mim, não ia fazer falta. Ia estar cuidando do meu filho. Deixei ele (Macarrão) conversar com ela. Esse era o acordo que eu tinha com ela. Meu advogado e o advogado dela já estavam negociando, tinha sido conversado já”.
O que aconteceu depois que Eliza sumiu: “Pensei que era apenas mais uma armação. Eles falaram pra mim que ela tinha pegado o dinheiro, deixado o filho comigo e que ela ia voltar daqui uma ou duas semanas. Eu fiquei assim: ‘Vou ficar quieto, eu não vou entrar nessa não, porque, sei lá, depois acontece alguma coisa, vão falar que eu seqüestrei essa criança’. Porque eu não procurei ninguém. Eu tive medo. Realmente, eu tinha muito medo dela. Então, assim, foi passando dia a dia, eu tinha que me apresentar no Flamengo. Para não deixar a criança sozinha e não sair com a criança do sítio, foi onde eu falei: ‘Dayanne, preciso de você. Aconteceu isso, isso e isso, preciso que você tome conta dessa criança para mim que eu estou indo para o Rio de Janeiro’. Ela (Dayanne) falou assim: ‘Cadê a mãe desse menino?’ Começou a perguntar. Falei: ‘Não sei. Passaram para mim que ela foi resolver uns problemas, deram um dinheiro para ela, e a criança está comigo’. Peguei ela, deixei a criança com ela e segui ao Rio de Janeiro junto com o time 100% (time de futebol patrocinado por Bruno)”.
Dizendo ser inocente: “Me ligaram, que tinham seqüestrado meu filho, um negócio. Começou essa história. Falei isso: ‘está vendo? Sobrou pra mim de novo’. Fiquei preocupado comigo. Eu não me manifestei. Foi passando, passando, passando, até chegar essa história que eu estou vendo agora, que eu estou assustado com tudo. Com tudo que está acontecendo. Eu acho que sairia inocente. Eu acho, porque eu tenho a consciência tranqüila, porque eu não fiz nada, que eu não tenho nada a ver com essa história”.
Sobre a amizade com Macarrão: “Existe um projeto Toriba. Existia esse projeto, existia um time de futebol, onde ia disputar o Campeonato Mineiro. Eu cheguei como treinador de goleiro, não era nem goleiro, tinha acabado de sair do Cruzeiro, comecei a dar uma força para o pessoal. Eu conheci ele. E a gente cresceu junto. É o cara que passou a trabalhar comigo um tempo. Eu disse: ‘O negócio é o seguinte: larga o que você está fazendo’. Ele trabalhava no Ceasa, era conferente. Eu disse: ‘larga isso aí, vem trabalhar comigo, eu pago seu salário’. Começou a trabalhar. Foi indo, foi passando, o tempo, começou a ter contato. ‘O negócio é o seguinte. A partir de hoje, você vai ganhar um pouco mais, então você vai começar a ter acesso a banco, ter acesso a minha família, ter acesso a todas as pessoas, a toda minha vida’. Ele se preocupava em sempre me deixar jogar futebol, mais nada. Minha cabeça toda voltada pra jogar bola. Ele cuidava do resto. Conta de banco… Sempre foi assim. Confio no meu irmão, criado comigo, confio nele, mas essas últimas notícias me deixaram…”.
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FOTO: reprodução / Fantástico