Projeto de lei recebeu 33 votos positivos, 27 contrários e três senadores preferiram se abster, numa sessão que a imprensa da Argentina classificou como histórica.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A Argentina se tornou na madrugada desta quinta-feira, dia 15, o primeiro país latino-americano a autorizar o casamento homossexual, após um acalorado debate que durou quase 15 horas no Senado e refletiu a profunda divisão política e social que vive o país.
O projeto de lei impulsionado pelo governo de Cristina Fernández Kirchner foi aprovado por 33 senadores, com 27 votos contra e três abstenções, em sessão classificada como “histórica” pela imprensa local.
Durante a votação, milhares de pessoas se manifestaram em frente ao Congresso a favor e contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em mais de seis horas de debate na Câmara Alta, dezenas de senadores expuseram suas opiniões sobre o projeto de lei impulsionado pelo governo para legalizar a união homossexual.
Cartazes gigantescos com palavras de ordem como “Só homem e mulher” ou “Eu quero um papai e uma mamãe” estavam nas mãos de grupos contrários ao casamento homossexual, que carregam imagens religiosas e rezavam com terço na mão para pedir a rejeição da proposta governamental. Ao lado, grupos de defesa dos direitos humanos e coletivos homossexuais reivindicam o casamento entre pessoas do mesmo sexo com palavras como “Tirem a batina” e “Tirem seus rosários de nossos ovários”, apoiados por organizações governistas.
Apenas quatro cidades argentinas admitiam a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Desde dezembro, pelo menos oito casais homossexuais se casaram no país mediante recursos judiciais, mas alguns enlaces foram posteriormente cancelados.
A Lei de União Civil da cidade de Buenos Aires, aprovada no final de 2002, foi o primeiro antecedente no país e o primeiro reconhecimento dos casais homossexuais na América Latina.
Informações de ODia
FOTO: reprodução / EFE