Objetivo é destacar a importância de as mulheres tomarem suplemento de ácido fólico para evitar até 75% das malformações no tubo neural do feto.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Nesta quinta-feira, dia 30, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo lança Uma cartilha destinada a todas as mulheres do país que pretendem engravidar e outra para os médicos que devem orientar as pacientes.
O texto foi baseado em uma orientação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC dos EUA. O objetivo é destacar a importância de as mulheres tomarem suplemento de ácido fólico para evitar até 75% das malformações no tubo neural do feto, como anencefalia quando o bebê não tem cérebro, e espinha bífida, quando a coluna vertebral não se fecha por completo e a medula fica exposta para fora do corpo.
Outro defeito menos comum é a encefalocele, em que a abertura do tubo neural acontece no crânio, deixando uma protuberância na cabeça com líquido e massa cerebral. Em abril, o Supremo Tribunal Federal – STF decidiu, por oito votos a dois, que abortar um feto sem cérebro não é crime. A partir daí, a Febrasgo decidiu levantar o tema, e impedir que um feto anencéfalo chegue a se formar.
Segundo o presidente da Comissão de Medicina Fetal da federação, Eduardo da Fonseca, é recomendado que a paciente faça, com supervisão médica, uma suplementação oral de 400 microgramas de ácido fólico por dia, pelo menos um mês antes da gestação e durante os três primeiros meses.
O médico diz que 58% das brasileiras ainda não planejam a gravidez e, entre as futuras mães que se programam, apenas 10% ingerem ácido fólico, também chamado de vitamina B9. Dessa pequena parcela, só 4% tomam os comprimidos na dosagem correta.
Além da forma sintética, que na opinião dos médicos é mais bem aproveitada pelo organismo, o ácido fólico é encontrado em milho, trigo, folhas escuras, feijões, fígado, gema de ovo, laranja, abóbora, pêssego, e enriquecido desde 2004 em pães e outros produtos à base de farinha.
Formação do problema e fatores de risco
Segundo a Febrasgo, seis em cada dez mil bebês que nascem no Brasil apresentam algum defeito no tubo neural. Na população geral, essas malformações atingem cerca de 0,1%.
Em 95% das gestações, não há fatores de risco para a mulher ter um bebê com esses problemas. Os outros 5% estão ligados a histórico prévio de gravidez de anencéfalo e uso de remédios anticonvulsivantes por pacientes com epilepsia, aí a dose precisa ser mais alta, chegando até quatro miligramas por dia.
Além desses fatores de risco, há a obesidade, a diabetes tipo 1 e a cirurgia de redução de estômago, que diminui o nível de absorção de nutrientes pelo organismo. A idade da mulher não influencia esse tipo de malformação no feto, mas adolescentes costumam se alimentar pior e podem ter mais deficiência de ácido fólico.
Informações de Bem Estar
FOTO: ilustrativa / dgabc