“Não à Medicalização da Vida”, é a campanha encabeçada pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP e pelo Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade.
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A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados discutiu nesta quarta-feira, dia 11, o uso excessivo de remédios por crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado ou de comportamento na escola.
A reunião marcou o início da campanha “Não à Medicalização da Vida”, encabeçada pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP e pelo Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Foram apresentados dados à comissão que, em 2000, eram consumidas 70 mil caixas de medicamentos para o tratamento de distúrbios relacionados à aprendizagem.
De acordo com a conselheira do CFP, Marilene Proença, medicalização é todo tratamento de processos ou comportamentos sociais e culturais em crianças, adolescentes ou adultos com quadro de patologia psiquiátrica. Neste caso, o debate foi sobre o tratamento de distúrbios relacionados à educação, como dislexia, déficit de atenção e hiperatividade.
Segundo a professora do Departamento de Pediatria da Universidade de Campinas – Unicamp, Maria Aparecida Moisés, substâncias que vêm sendo usadas como “amplificadores cognitivos”, como o metilfenidato (nome comercial: Ritalina) e o clonazepam (nome comercial: Rivotril), não são drogas seguras.
O médico psiquiatra José Miguel Neto, pai de uma criança de 10 anos com problemas de aprendizado, explicou ser a favor do uso de medicamentos, quando indicado.
“Claro que a criança é medicada de acordo com critérios que diagnosticam o problema. O tratamento é multidisciplinar, requer o exame de profissionais de diversas áreas. Não posso entender que os remédios são um diabo que tem de ser exorcizado. Minha filha foi diagnosticada adequadamente, usou a medicação e hoje não usa mais. Só recebe acompanhamento”, explicou o médico.
Informações de Estadão
FOTO: ilustrativa / tribunapopular