Artigo diz que, há oito anos, brasileiros em trânsito pela Grã-Bretanha eram vítimas de execuções de Estado. Comentarista qualifica como “desgraça” fato de que os agentes de segurança tenham detido e interrogado de maneira “cretina” um estrangeiro.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Um artigo publicado no jornal britânico “The Independent” desta quarta-feira, dia 21, afirma que o brasileiro David Miranda, que ficou detido em Londres no último domingo durante nove horas, teve sorte de voltar vivo para seu país.
O texto, assinado pelo comentarista político Matthew Norman, lembra a morte do eletricista Jean Charles de Menezes, em 2005, e diz que, há oito anos, brasileiros de passagem pela capital britânica eram vítimas de execuções “patrocinadas pelo Estado”.
“Ainda não está claro se Miranda percebeu como a Polícia Metropolitana de Londres avançou nestes oito anos, desde que alvejou seu compatriota. O fato é que, até agora, o ingrato não agradeceu à polícia por tê-lo deixado voltar vivo para casa. Honestamente, algumas pessoas não têm ideia de como têm sorte”, ironiza Norman.
O comentarista qualifica como “desgraça” o fato de que os agentes de segurança tenham detido e interrogado de maneira “cretina” um estrangeiro que não era suspeito de terrorismo.
“Tirar o chapéu”
O texto diz que a ‘aplicação cínica’ da Lei Antiterror de 2000 teve o objetivo de amedrontar o companheiro de Miranda, o jornalista do jornal “The Guardian” Glenn Greenwald, e outros jornalistas que desejam exercer sua profissão e o direito democrático de reportar.
Ainda na avaliação de Norman, a detenção do brasileiro provocará um resultado completamente oposto ao desejado pela polícia.
“A partir de agora, Greenwald vai publicar reportagens de forma muito mais agressiva e devemos tirar o chapéu para ele por isso”.
“Se há algo que os jornalistas gostam, além de serem martirizados diante dos olhos do mundo, é serem desafiados frontalmente sobre o exercício legal de sua profissão”.
Informações de G1
FOTO: reprodução / G1